quarta-feira, 26 de outubro de 2016

CONVERSAMOS COM A FACÇÃO CAIPIRA E OS CARAS TÊM UM PUTA BOM GOSTO MUSICAL

Tive o prazer de conhecer essa galera quando estive no Festival FAÍSCA em Alfenas este ano.

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ENTREVISTA REALIZADA PELA EQUIPE DO TENHO MAIS DISCOS QUE AMIGOS:

Em entrevista, banda fala que tem ouvido O Terno, Liniker, The Killers, The Baggios e mais


Em 2015 a banda Facção Caipira lançou Homem Bom, disco que mostra a mistura certeira de blues, rock e ritmos brasileiros que resultaram em um dos melhores álbuns do ano.

De lá pra cá muita coisa aconteceu: um clipe foi lançado e muito bem recebido, a banda rodou o país com seu som e mais recentemente, teve todo seu equipamento roubado em um assalto.

Nós conversamos com os caras e pedimos para que, além das perguntas, eles nos dissessem quais são os discos nacionais e internacionais que têm ouvido recentemente, e é eles que irão embalar a trilha sonora da conversa.

Divirta-se!


TMDQA!: Em 2015 nós conversamos e a banda estava trabalhando na então recente divulgação do disco Homem Bom. O álbum entrou em várias listas de melhores do ano, já rodou bastante por aí e fez a banda se apresentar pelo país. Como foi esse período de lá pra cá e o que vocês aprenderam na estrada?

Facção Caipira: Foi incrível, conseguimos levar o álbum até o Chile no Festival Lago Ranco Blues y Cerveza, além de toca-lo na íntegra fazendo a abertura do lançamento novo disco dos Autoramas, o “Futuro dos Autoramas” no Imperator no RJ. Rodamos bastante também por MG, e que carinho que dá no coração só de pensar em voltar nessa terra boa.

Tivemos um retorno bem positivo por onde passamos e é surpreendente voltar nos lugares e ver como algumas pessoas acompanharam de perto os projetos e as realizações junto com a banda, ainda que pela internet. O carinho é enorme, de rachar o bico, fico muito grato por todos que demonstraram isso pra gente. O maior aprendizado tem sido trocar experiências novas com tanta gente maravilhosa que rodando pela estrada tivemos o prazer de esbarrar, daí vêm desde lição de vida até prováveis parcerias musicais.


TMDQA!: Recentemente vocês lançaram um clipe de “Levada” que conta com uma série de dançarinos se apresentando junto com a banda em cenas quentes. Conte-nos um pouco do processo de gravação do vídeo e curiosidades dos bastidores.

Facção Caipira: A gravação aconteceu toda em um dia. Reunimos grande parte dos dançarinos com a Isadora Verly que pensou e coordenou toda a coreografia com muita paixão e em um dia de ensaio já saímos com um baita sorriso no rosto.

A energia tinha sido incrível, todos ficamos bem a vontade e entusiasmados com o projeto.

A partir de quando lançamos a proposta pra HuFa com os diretores Fabricio Abramov e Hugo Gama tudo fluiu muito bem, todas as etapas foram bem divertidas.

Fizemos a montagem dos equipamentos no dia anterior no Espaço Sacadura 154 e no dia seguinte já estávamos de pé cedo para gravar, foi mais de uma tonelada de equipamentos carregados (e na madrugada, descarregados) no braço num pequeno carro de carga sem direção hidráulica.

Tudo pronto, dançarinos prontos fizemos uns exercícios de aquecimento com a Isadora e mandamos ver, estávamos todos bem imersos na proposta, fluiu tão bem que parecia que conhecíamos todos de muito tempo.

O contato é um gesto bem delicado e pode significar tanta coisa! Às vezes dá vontade de rir, ou de ter mais, de dar carinho e no meio de tanta gente ali dava até pra ser esmagado, fiquei bastante impressionado como todos conseguiram desempenhar, atuar como um organismo mesmo de forma bem sincronizada e natural.

Isso foi crucial para que conseguíssemos fazer as gravações com tinta por exemplo, já que

uma vez que eles estivessem sujos, voltar atrás seria bem trabalhoso com banho, limpeza do set, etc. Acabou que tudo fluiu de primeira. Trabalhando com tanta gente maravilhosa acho que o mais difícil mesmo foi achar uma GELEIA de LARANJA em pleno centro do Rio de Janeiro pra fazer a mistura daquela gosma que sai da boca quando a música vira.


TMDQA!: Como vocês enxergam a resposta do clipe? Já são mais de 25 mil visualizações em três semanas.

Facção Caipira: Estamos muito felizes e surpresos. É o nosso primeiro clipe e estamos muito gratos por estar acontecendo assim.

Lançar através do TMDQA! foi uma ótima experiência, convidando novas pessoas para conhecerem o nosso trabalho trazendo novos pontos de vista e comentários lindos. É felicidade demais pra todo mundo que trabalhou de corpo literalmente e alma no projeto. É uma repercussão muito intensa para uma banda independente e estamos muito animados. Já podemos dizer que vem mais por aí.


TMDQA!: Recentemente vocês passaram por uma situação muito chata após serem assaltados e terem seus equipamentos roubados. Conte-nos como tudo aconteceu e o que acabou sendo levado embora no processo.

Facção Caipira: Estávamos voltando de Búzios e fomos tocar no Canecão no Rio de Janeiro no #OcupaMinc. Já no trajeto final de casa, em um cruzamento em Icaraí, um carro bloqueou a rua e a passagem do nosso carro com Renan e Vinícius e todos os equipamentos dentro: 2 Resonators, baixo, pedais de guitarra e baixo, bateria e ferragens, pratos, merchan e até mesmo o chapéu. Três caras armados renderam os dois e seguiram com nosso carro. Mas ficamos todos bem, isso que importa. É sempre importante lembrar que não podemos desconsiderar a vida de uma pessoa porque ela rouba ou assalta. Quando se faz isso, põe-se à frente perdas materiais e por maiores que ela sejam, não valem a raiva pela vida de ninguém, seja um violão ou um carro com tudo dentro.


TMDQA!: Uma campanha de “vaquinha” para ajudar a recuperar os custos foi criada. Como surgiu a ideia e como ela tem se desenvolvido até agora?

Facção Caipira: Depois do assalto ficamos um pouco desnorteados, sem saber muito o que fazer no momento. A ideia veio das pessoas que acompanham a gente, de amigos, familiares que queriam colaborar – acatamos a sugestão e todo carinho que todos têm nos dado e criamos essa Vakinha, é como um crowdfunding, que você apoia os projetos em que você acredita, só que com qualquer quantia, não predefinida.

Além da Vakinha, foram feitas algumas ações de amigos nossos, a primeira foi da Sinfônica Ambulante de Niterói que fez um ataque lindo no Campo de São Bento, depois teve um evento no Lapa Astral, um hostel de um grande amigo que reuniu as bandas BEEF, Rivotrio 2mg e a Stereophant, também pra arrecadar fundos e a ultima também foi incrível, um evento no Teatro Municipal de Niterói cheio com as bandas Gragoatá, Kapitu e Bow Bow Cogumelo com varias participações lindas. Ficamos muito emocionados com tanta gente se disponibilizando para ajudar, seja com amor, ou emprestando equipamentos, ou com abraço ou beber até cair, e tudo isso está sendo muito bonito no processo. É agradecimento que não cabe no peito, vamos ter que retribuir com muita música e com uma surpresa boa aí pra Novembro.


TMDQA!: Como a participação no reality show Superstar, da Rede Globo, se reflete agora que o frenesi ficou pra trás?

Facção Caipira: Foi um momento muito intenso e ainda tem reflexos positivos na nossa carreira, é impressionante como vamos pra lugares tão longe de casa e as pessoas comentam que já conheciam o trabalho e estão acompanhando tudo, muitos comentam do programa, que conheceram a gente ali e também recebemos muitos comentários de todo canto do país no Youtube, no Facebook. Um sonho seria ir em cada cidade dessa e fazer um puta show.


TMDQA!: Quais são os planos para o futuro da Facção Caipira?

Facção Caipira: Estamos em um momento de reestruturação, montando um estúdio em Niterói (RJ) e ainda em campanha com a Vakinha, estudando quais equipamentos vamos adquirir com as doações. Mas já temos algumas surpresas boas ainda pra esse ano, acabamos de lançar uma versão de “Faroeste Caboclo” para a coletânea Viva Renato Russo 20 anos, projeto de homenagem ao mestre e foi bem incrível o desafio. Além disso estamos preparando mais um videoclipe porreta para lançar em breve, a carroça aqui não para.



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