sexta-feira, 29 de novembro de 2019

SASHA SAGAN, FILHA DE CARL SAGAN, FALA SOBRE CIÊNCIA, IMORTALIDADE E SENTIDO DA VIDA

Créditos: Sasha Sagan / Penguin Books.

Questão: Você foi criada em uma casa secular pelo famoso astrônomo Carl Sagan e pela produtora de documentários Ann Druyan – seus pais. Você falava sobre coisas espirituais em família?

Resposta: De certa forma, quase tudo o que conversávamos era “espiritual”. Palavras como “espiritual”, “mágico” e “sagrado” vêm do teísmo, mas também se aplicam a um sentido profundo de significado que podemos obter ao entender nosso lugar no tempo e no espaço como revelado pela ciência. Meus pais me ensinaram que as coisas verificáveis e prováveis não eram menos significativas porque eram apoiadas por evidências, mas eram mais maravilhosas por serem assim. Eles me ensinaram a amar o aprendizado e a enxergar uma profunda compreensão como sendo fonte de admiração.

Contudo, se você quer dizer “espiritualidade” no sentido religioso e teológico, a resposta também é sim – o tempo todo! A religião certamente não foi censurada de nenhuma forma em nossa casa. Frequentemente, tínhamos convidados religiosos para o jantar, incluindo membros do clero, e discutíamos e debatíamos filosofia abertamente. Meus pais queriam que eu entendesse o que as pessoas acreditavam no mundo ao longo do tempo. Meus pais me ensinaram histórias da Bíblia – não como história, mas como pilares importantes da civilização. Eles achavam que, sem aprendê-los, minha educação não chegaria nem perto de ser completa. Quando eu escrevia meu livro, a minha babá, Maruja Farge, que viveu conosco desde que eu tinha seis meses de idade até completar 8 anos, exerceu uma enorme influência sobre mim e foi uma das pessoas que mais amei na vida. Ela era uma católica devota e, às vezes, me levava à Igreja com ela, e eu gostava. Desde muito jovem, eu sabia que as crenças dela eram diferentes das dos meus pais e isso era perfeitamente aceito.

Eu também tinha um conjunto de brinquedos de madeira da Arca de Noé, que eu adorava!


Você disse que seu pai lhe ensinou sobre a imortalidade. O que ele te ensinou?

Ele me ensinou que, na escala do universo, a vida humana é muito curta e que não temos evidências do que acontecerá depois da morte. Vivemos em um pequeno planeta que orbita uma estrela amarela que em, aproximadamente, 5 bilhões de anos implodirá. Vivemos em um universo em que a mudança é constante e, até mesmo, as estrelas morrem. Não temos evidências que sugerem que a imortalidade exista para alguém ou alguma coisa. A vida é finita. E, em parte, porque não é infinita, estarmos vivos, aqui e agora, neste exato momento, é profundamente especial.


Quando criança, você alguma vez sentiu que estava perdendo algo por não fazer parte de uma crença religiosa ou uma Igreja?

Bem, seríamos judeus seculares, então não teria sido uma família de igreja em si, mas não. Talvez teria os mesmos amigos que tive a vida toda. Ainda estamos profundamente próximos, apesar de vivermos distantes. Além da minha família, eu sempre pude contar com o apoio deles para rir e chorar e, graças à tecnologia moderna, todos ainda conversamos constantemente e vemos fotos dos filhos e das viagens uns dos outros. Sinto e sempre me senti parte de uma comunidade por causa deles.


Quando seu pai morreu, você tinha apenas 14 anos, você desejou crer na vida eterna da mesma forma como os cristãos acreditam?

A questão do que acontece depois que morremos atormenta nós humanos, talvez mais do que qualquer outra coisa. Nossa espécie tem criado inúmeras teorias diferentes ao longo dos tempos. Meu pai disse: “Não quero acreditar, quero saber”. Tenho o mesmo pensamento. Isso não quer dizer que tenho total convicção de que não há nada depois da morte, além de um sono sem sonhos. Eu prefiro abster da crença na ausência de evidência, enquanto aguardo na ambiguidade até a minha hora chegar.

Enquanto isso, eu sei que tive muita sorte de ter por 14 anos um pai amoroso, brilhante, interessante e interessado. Não acho que algo deva durar para sempre para ser maravilhoso.


Você publicou recentemente um livro chamado For Small Creatures Such As We: Rituals And Reflections For Finding Wonder. No livro, você descreve rituais e tradições não religiosas criadas para sua própria filha. Você pode nos contar mais sobre isso? Por que você acha que são importantes?

Pessoas seculares também precisam processar as constantes mudanças que compõem a vida na Terra. Também atingimos a maioridade, também nos casamos, também perdemos pessoas que amamos, também queremos alegria nas profundezas do inverno. Muito antes do monoteísmo, as pessoas encontravam inspiração para rituais e feriados no mundo natural, no que hoje chamamos de biologia e astronomia. As mudanças das estações do ano são particularmente populares, geralmente nos solstícios e nos equinócios. Nem sempre sabíamos que eles eram subprodutos da inclinação do eixo da Terra, mas encontramos padrões no mundo: dia e noite, calor e frio, morte e renascimento. Muitos feriados monoteístas modernos são construídos com base nessa relação e no mesmo tempo desses eventos.

A família do meu marido é historicamente cristã. Nossa filha tem um Natal secular todos os anos através deles. E ela recebe uma versão secular do Hanucá parecida com a que tive na minha infância e no meu lado da família.

Não acho que devíamos descartar completamente os rituais de nossos ancestrais porque nossas filosofias não se alinham. Quando acendo um Menorá, eu sinto que estou honrando as pessoas cujos genes eu carrego, mesmo que eu não concorde com a teologia deles.

Também fazemos outra coisa em dezembro, que reflete o que eu e meu marido pensamos ser profundo e significativo.

Para mim, a ideia que depois do solstício de inverno os dias começarão a ficar mais longos, e que depois disso a primavera chegará, acredite ou não, tudo por causa de uma colisão na juventude turbulenta do nosso planeta, há bilhões de anos, é muito poderosa. Nessa noite, acendemos algumas velas, trocamos presentes, fazemos um brinde e tentamos explicar um pouco de astronomia para nossa filha. Dessa forma, celebramos as notícias intrinsecamente boas de que, não importa o quê, amanhã a luz começará a voltar.


Seu livro fala sobre como misturar ciência e espiritualidade. O que é espiritualidade para você? Explique como uma pessoa não religiosa pode ser espiritual.

Bem, eu mencionei acima, pode estar faltando uma palavra na língua inglesa para isso.

Na maior parte da história, quanto mais conseguíamos entender sobre a natureza, como as mudanças das estações, as fases da lua, o nascimento e a morte, mais pensávamos que melhor entendíamos nossos deuses. Em algum lugar ao longo do caminho, surgiu um conflito: a ciência e a “espiritualidade” se separaram, mas isso é relativamente recente na cena da história de nossa espécie.

Escrevi em meu livro que, quando eu era jovem, meus pais me ensinaram que existia um código secreto em meu sangue que me conectava a meus antepassados, a pessoas cujos nomes eu nunca conheceria, mas de quem eu carregava uma pequena parte dentro de mim. O DNA é verificável, acreditando ou não. Não requer fé. E fornece essa emoção arrepiante – a sensação de fazer parte da grandiosidade da interconexão de tudo isso. Eu sinto o mesmo sobre nosso lugar no universo. Durante muito tempo, nós humanos assumimos que éramos o centro de tudo, mas quanto mais aprendemos, mais percebemos que somos uma parte minúscula da vastidão. Como é surpreendente e inspirador para nossa espécie começar a entender o quão enorme é o universo ou que as células do nosso corpo vieram de estrelas a muitos anos-luz de distância. Para mim, como meus pais e muitas pessoas seculares, esse tipo de ideia evoca os mesmos sentimentos que os devotos podem derivar da religião.


Em sua opinião, qual é o sentido da vida? O que seu livro nos diz sobre isso?

Longe de responder a essa pergunta para alguém. Para mim, é o amor que sinto por meu marido, por nossa filha, por nossa família e amigos. Sentindo aqueles momentos de alegria e apreço por estar vivo. É também o profundo sentimento de satisfação que tenho ao aprender o máximo que posso, ao entender, ao conectar os pontos, ao compreender como a vida é interdependente em nosso planeta. São revelações em um sentido diferente da palavra, penso eu. Também deduzo que o sentido surja do trabalho visando construir um mundo como eu gostaria que fosse, seja por meio de voluntariado, protesto ou doação.

O que mais admiro na religião organizada é a expectativa social de fazer boas obras. E penso que, tanto para aqueles que não acreditam que exista uma rede de segurança moral como para quem acredita que tudo acontece por uma razão, também precisamos entender que é nosso dever trabalhar para construir um mundo mundo mais justo.


Você recomendaria este livro para pessoas religiosas? O que elas acharão do livro?

Muitas pessoas com quem convivo são religiosamente devotas, especialmente membros de várias denominações cristãs. Eu os amo e pensei neles com frequência enquanto escrevia meu livro. Eu não acho que entender os padrões e ritmos da vida na Terra, como eles acontecem e como os humanos os celebram e honraram ao longo do tempo, seja menos interessante para as pessoas que têm uma fé profunda.


Agradeço por escrever um livro que nos dá mais informações sobre a mente de Carl Sagan e sobre um belo relacionamento entre pai e filha. O que você espera que os leitores aprendam com seu livro?

Espero que aprendam que os elementos prováveis e verificáveis da natureza, revelados pela ciência, possam proporcionar esse profundo senso de beleza e alegria. Isso não importa em que você acredita, não importa quais sejam as especificidades de seus costumes ou teologia, em todo o mundo e ao longo do tempo estamos comemorando e marcando as mesmas mudanças: nascimentos, maioridade, morte, estações de ano que passam, etc. Todos nós estamos tentando encontrar o sentido de estarmos vivos neste planeta e processar as infinitas mudanças que compõem nossas vidas.


O que você faz quando não está escrevendo?

Sou mãe de uma menininha muito amável e muito tagarela e esposa de um homem amável por quem me apaixonei a maior parte de minha vida adulta. Viajamos, lemos, fazemos pequenas aventuras a lugares como museus e aquários. Tem sido mais difícil nos últimos anos, mas tento trabalhar voluntariamente sempre que posso. Na verdade, somos muito fortes, eu juro!

GALERIA MARGINAL #212

Artista: Fernando Botero (1932)





































sábado, 23 de novembro de 2019

THE ARCHITECT OF MODERN ALGORITHMS

Para quem gostar desta entrevista com a Barbara, recomendo o filme Hidden Figures, que também conta a história de grandes mulheres que revolucionaram o cenário científico de toda uma época, mas que, infelizmente, não tinham o devido reconhecimento.


* * *

Barbara Liskov pioneered the modern approach to writing code. She warns that the challenges facing computer science today can’t be overcome with good design alone.



Barbara Liskov invented the architecture that underlies modern programs. “Designing something just powerful enough is an art.”


Good code has both substance and style. It provides all necessary information, without extraneous details. It bypasses inefficiencies and bugs. It is accurate, succinct and eloquent enough to be read and understood by humans.

But by the late 1960s, advances in computing power had outpaced the abilities of programmers. Many computer scientists created programs without thought for design. They wrote long, incoherent algorithms riddled with “goto” statements — instructions for the machine to leap to a new part of the program if a certain condition is satisfied. Early coders relied on these statements to fix unforeseen consequences of their code, but they made programs hard to read, unpredictable and even dangerous. Bad software eventually claimed lives, as when the Therac-25 computer-controlled radiation machine delivered massive overdoses of radiation to cancer patients.

By the time Barbara Liskov earned her doctorate in computer science from Stanford University in 1968, she envied electrical engineers because they worked with hardware connected by wires. That architecture naturally allowed them to break up problems and divide them into modules, an approach that gave them more control since it permitted them to reason independently about discrete components.

As a computer scientist thinking about code, Liskov had no physical objects to work with. Like a novelist or a poet, she was staring at a blank page.

Liskov, who had studied mathematics as an undergraduate at the University of California, Berkeley, wanted to approach programming not as a technical problem, but as a mathematical problem — something that could be informed and guided by logical principles and aesthetic beauty. She wanted to organize software so that she could exercise control over it, while also making sense of its complexity.

When she was still a young professor at the Massachusetts Institute of Technology, she led the team that created the first programming language that did not rely on goto statements. The language, CLU (short for “cluster”), relied on an approach she invented — data abstraction — that organized code into modules. Every important programming language used today, including Java, C++ and C#, is a descendant of CLU.

“One advantage to being in the field so early was that great problems were sitting there. All you had to do was jump on them,” said Liskov. In 2008, Liskov won the Turing Award — often called the Nobel Prize of computing — for “contributions to practical and theoretical foundations of programming language and system design, especially related to data abstraction, fault tolerance, and distributed computing.”

Quanta Magazine caught up with Liskov at her home following the Heidelberg Laureate Forum — an intimate, invitation-only gathering of computer scientists and mathematicians who have earned the most prestigious awards in their fields. Liskov had been invited to Heidelberg but needed to cancel a few weeks before the forum for personal reasons. The interview has been condensed and edited for clarity.

You came of age professionally during the development of artificial intelligence. How has thinking about AI and machine learning changed during your career?

I did my Ph.D. with John McCarthy in AI. I wrote a program to play chess endgames. John suggested this topic because I didn’t play chess. I read the [chess] textbooks and translated those algorithms into computer science. In those days, the perceived wisdom was to get the program to act the way a person would. That’s not how it is now.

Today, machine learning programs do a pretty good job most of the time, but they don’t always work. People don’t understand why they work or don’t work. If I’m working on a problem and need to understand exactly why an algorithm works, I’m not going to apply machine learning. On the other hand, one of my colleagues is analyzing mammograms with machine learning and finding evidence that cancer can be detected much earlier.

AI is an application rather than a core discipline. It’s always been used to do something.


Were you more interested in it as a core discipline?

Honestly, AI couldn’t do much in those days. I was interested in the underlying work. “How do you organize software?” was a really interesting problem. In a design process, you’re faced with figuring out how to implement an application. You need to organize the code by breaking it into pieces. Data abstraction helps with this. It’s a lot like proving a theorem. You can’t prove a theorem in one fell swoop. Instead, you invent some lemmas and you decompose the problem.

In my version of computational thinking, I imagine an abstract machine with just the data types and operations that I want. If this machine existed, then I could write the program I want. But it doesn’t. Instead I have introduced a bunch of subproblems — the data types and operations — and I need to figure out how to implement them. I do this over and over until I’m working with a real machine or a real programming language. That’s the art of design.


Early computers used punch cards to input both programs and data.


Knowing methodology doesn’t mean you’re good at designing. Some people can design, and some people can’t. I never felt that I could teach my students how to design. I could show them design, explain design, talk about data abstraction, and tell them what’s good and bad. With too many bells and whistles, it gets complicated. With too few, there are inefficiencies. Designing something just powerful enough is an art.


If you had a magic wand and could guide the development of computer science moving forward, what would that look like?

I’m very worried about the internet. We have a huge set of problems, including fake news and security issues. I’m worried about the divorced couple in which the husband publishes slander about the wife, including information about where she lives. There is terrible stuff going on. Part of this grew out of an attitude in the ’80s. In those days, we were 15 universities and a couple government labs connected by an internet. We were all buddies. The attitude was that sites shouldn’t have responsibility for content. It would stifle their development. You see that attitude has continued.


Was this thinking an extension of academic freedom?

No, it was pragmatism, without any understanding of where we’d end up. If they took on policing, they would have had to think about sticky issues. They went into it without adding safeguards. More than technology is needed to solve our current problems. We need laws addressing the ways people misbehave. We need to work out this question of privacy versus security. Some of it’s technical. For example, Facebook has an algorithm for how it spreads information. They could spread information more slowly or recognize what information shouldn’t be moving. Societies always have trouble dealing with something new. We can hope we mature. But if I had a magic wand, I’d make all that go away.


Talk to me about your personal journey as a woman in computer science.

I was encouraged to do well in school. I don’t know that my mother overtly encouraged me, but she didn’t get in my face and say, “Oh no, this is a bad thing to do.” I took all my math and science courses, which girls were not encouraged to do. At Berkeley, I was one of one or two women in classes of 100. No one ever said, “Gee, you’re doing well, why don’t you work with me?” I didn’t know such things went on. I went to graduate school at Stanford. When I graduated, nobody talked to me about jobs. I did notice that male colleagues, like Raj Reddy, who was a friend of mine, were recruited for academic positions. Nobody recruited me.


Back then, advisers placed graduates through deals with departments around the country.

Yes, but nobody made deals for me. In the ’90s, I went back to Stanford for a department celebration. A panel of the old professors, without knowing what they were doing, described the old boy network. They said, “Oh, my friend over there told me that I’ve got this nice young guy you should hire.” It was just how it was. They were clueless. They talked about a young woman who did so well because she married a professor! Clueless. Another colleague had a pinup in his office. I asked him, “What’s that pinup in your office?” Clueless.

I had applied to MIT, but they would not consider me for a faculty position. When that happens, you think: “I’m not good enough.” You can’t help it. But I also thought, “Computer science is wide open.” My industry job at Mitre was a good research job. There, I worked on programming methodology and produced research that got me my first prize paper. Then in 1971 I gave a talk, after which Corby [Fernando Corbató] invited me to apply to MIT. I was also invited to apply to Berkeley. Things were changing.


Even so, is it correct that there were approximately 1,000 faculty members when you started at MIT, only 10 of whom were women?

That was my recollection.


So there was progress, but …

Title IX wasn’t a law yet, but pressure was building. MIT President Jerry Wiesner was pushing. Pressure must come from the top. It doesn’t bubble up from the bottom. There were a number of distinguished women at MIT who weren’t on the faculty. Around then, several of them were invited to join the faculty all of a sudden. Of course, math never had any. Math is really bad.




My sense is that all scientific fields have failed to recognize some foundational contributions by women.

In the 10 years before I was head of computer science at MIT, the department identified only one woman worth hiring. When I was the head [from 2001 to 2004], I hired seven women. We didn’t scrape the bottom of the barrel. All three junior women I hired are outstanding. There was a long period of time where women were not considered at all.


After you won the Turing Award, a comment appeared online saying, “Why did she get this award? She didn’t do anything that we didn’t already know.” This dismissive comment may or may not have had to do with the fact that you are a woman.

Oh, I bet it did! There was another comment — one I never tell about — that said, “Oh, she didn’t do that work. [A male colleague] did it instead.” That was total nonsense. I wasn’t looking at the comments. My husband was. These were a couple he resurrected. I sometimes gave talks where I got hostile questions, but you have to be prepared for that, whether because I was a woman or because people are trying to show up, you know …


Show up a Turing Award winner?

Yes! I didn’t realize then that some people in my department had my back. And by the time I was traveling around, I was already really well known. But that’s the mystery: Why are some women able to persevere?


Do you have insight for emerging women scientists? Is there some sort of Teflon that women may apply to prevent discrimination or harassment from sticking?

It’d be nice to know how to apply that Teflon. It wasn’t until I had been at MIT for a while that I lost my inhibitions to ask questions in public. It took a long time to develop that self-confidence.


It’s delicate. Your story reveals an undercurrent of “lie low until you can really stand tall, and then embrace that.”

Yes, maybe that was my strategy. That, together with a lack of a need to please people. Women are socialized to please.


That’s concrete advice: Let go of the need to please.

You know things are not really better now than they were then. Maybe I was lucky. If I had gotten married right out of college, I probably would have ended up in a totally different place.


Do you really think that? Your contributions have transformed computing and society.

You know, you follow this crooked path, and who knows?

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