sexta-feira, 31 de março de 2017

PRIMEIRA ENTREGA PELOS CORREIOS DO ANO

Estive sem internet nos últimos dias, mas hoje ela voltou e, com isso, posso expressar a minha imensa emoção aqui em Crateús com o primeiro recebimento pelos Correios de algumas publicações de pessoas muitos queridas que estão em Sampa. O Poesia Sem Medo, que, nesta edição, conta com uma entrevista com a Edilene Santos (Sarau do Grajaú), e onde tive a honra de ter outro poema publicado com outrxs autorxs de peso. Além disso, recebi o livro Cosmos no Casulo, que a Leticia Pierre acaba de lançar, e que eu tive a honra de escrever a introdução (abaixo). Procurem Saber:

Existe uma teoria, baseada na cultura popular, de que o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. Se isso é verdade, fica a questão. Por outro lado, penso que uma ideia sim, pode transcender barreiras e transformar as pessoas de maneira muito profunda, independentemente do local onde ela foi concebida e do tempo decorrido desde tal concepção. Percebemos isso no decorrer da história.

Refletir sobre a imensidão do cosmos revela a nossa pequenez, e isso, de certa forma, gera uma certa angústia e muitas dúvidas acerca da nossa existência, o que nos faz buscar respostas e um sentido para nossa vida. Ao mesmo tempo, frente a esta vastidão, também ficamos deslumbrados com a beleza natural que nos cerca, esta que inspira as mais diversas pessoas a criarem (re)leituras deste espaço.

A Letícia, neste caso, desenvolve sua poética cheia de lirismo e criatividade, não para nos dar respostas, mas para nos fazer refletir sobre o que pensamos saber. Assim como Sócrates, na Grécia Antiga, que, por meio de uma série de perguntas, levava seus interlocutores a desconstruírem ideias que eles julgavam serem verdades absolutas, a cada poema, nos deparamos com uma questão que pode acabar nos levando por outros caminhos deste multiverso chamado (auto)conhecimento, cuja construção se dá pela agregação de legados anteriores às novas descobertas e saberes.

Nesta obra, você irá encontrar poemas com siso, que revelam o ceticismo de uma borboleta que acabou de sair do casulo e experimenta a sensação de voo no ato do livre-pensar. Bate suas asas aquareladas e (ex)plana sobre o amor, a natureza, a arte, os astros, o urbano e muitas outras questões que permeiam o nosso (in)consciente.

Na vida, cada pessoa tem seu papel, e nele, Letícia corre o risco. Busca amadurecer. Busca florescer. No entanto, não deseja fazer isso sozinha, procura por companhia para seguir no caminho cujo destino é um mundo melhor - o qual penso que será alcançado, primeiramente, após uma revolução de ideias.

Portanto, inspire(-se) e mergulhe fundo em cada oceano aqui apresentado, pois “alguns poucos versos, gotejados com maestria, são pingos de poemas, mares de poesia”.

Daniel Brito

sexta-feira, 24 de março de 2017

QUEM É A MULHER QUE EINSTEIN CLASSIFICOU COMO 'GENIAL' E CUJO TEOREMA REVOLUCIONOU A FÍSICA

Emmy Noether foi considerada por Albert Einstein como 'o gênio matemático criativo mais importante que já existiu desde que as mulheres passaram a ter acesso à educação superior'

Quando a alemã Emmy Noether quis estudar matemática, as mulheres ainda eram proibidas de entrar na universidade.

Anos depois, quando conseguiu finalmente autorização para que pudesse dar aulas a estudantes universitários, não recebia salário.

Apesar disso, para Albert Einstein, "Emmy Noether foi o gênio matemático criativo mais importante que já existiu desde que as mulheres passaram a ter acesso à educação superior".

Emmy é considerada a mãe da álgebra moderna, a partir de suas teorias sobre anéis e corpos, mas seu aporte às ciências não se restringe à matemática.

Nazismo obrigou várias mentes brilhantes a deixarem a Alemanha Seu trabalho é fundamental para entender a teoria da relatividade.

Mas tampouco se limita a ela.

Emmy é a chave para compreender todas as teorias da física.

"Ao conhecer a história dela, você se pergunta: 'quais outras contribuições essa gênia matemática teria feito se todas as portas estivessem abertas para ela desde o primeiro dia?', questiona à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Mayly Sánchez, professora de Física da Universidade do Estado de Iowa, nos Estados Unidos.

Pai de Emmy também era acadêmico


Sem salário

Emmy nasceu em 1882. Seu pai, o matemático Max Noether, ensinava na Universidade de Erlangen, na Baviera (Alemanha).

Segundo a direção da universidade, permitir o acesso a estudantes mulheres "acabaria com toda a ordem acadêmica".

No entanto, dois anos depois, em 1903, Emmy foi uma das duas primeiras estudantes autorizadas a ingressar na universidade.

Mas ela não tinha os mesmos direitos que os outros alunos.

Emmy só podia participar das aulas como ouvinte e mesmo assim só se os professores lhe dessem uma autorização expressa.

Mas, quatro a nos depois, ela se formou em Matemática. 

Teoria da Relatividade foi criada por Albert Einstein "Ela passou o ano seguinte estudando na Universidade de Goettingen", conta Michael Lucibella, autor de uma biografia sobre Noether para a Sociedade Americana de Física (APS, na sigla em inglês. "Mas voltou a Erlangen quando a universidade finalmente revogou as restrições contra as estudantes. Em seguida, terminou sua dissertação sobre invariantes para as formas ternárias bi-quadráticas, em 1907", explica.

No entanto, ainda que tenha passado a permitir o ingresso de mulheres, a universidade continuou proibindo-as de ter posições de destaque.

"Emmy ensinou em Erlangen por sete anos sem salário, em algumas ocasiões substituindo seu pai", afirma Lucibella.


'Somos uma universidade, não uma sauna'

Em 1915, o grande matemático alemão David Hilbert decidiu levá-la para a Universidade de Goettingen, mas Emmy não foi bem aceita pelos colegas do departamento de matemática.

"O que pensarão nossos soldados quando retornarem à universidade e souberem que vão aprender de uma mulher?", afirmou na ocasião um professor do departamento.

Ao que Hilbert lhe respondeu: "Não vejo por que o sexo dos professores seja um argumento contra a sua admissão. Somos uma universidade, não uma sauna".

Mesmo assim, Emmy teve de dar aulas usando o nome de Hilbert pelos quatro anos seguintes e sem nenhum salário.

Lucibella explica que Hilbert havia trazido Emmy para trabalhar com ele por seu conhecimento e sua experiência sobre a chamada teoria de invariantes.

Mayly Sánchez explica teorema de Noether a seus alunos nos EUA


Teorema de Noether

Emmy desenvolveu um teorema que é chave para entender a física das partículas na teoria quântica de campos.

Em outras palavras, "para compreender toda a física mais sofisticada", disse à BBC Mundo Manuel Lozana Leyva, professor de Física Atômica e Nuclear da Universidade de Sevilla.

"Quando Einstein viu o trabalho de Emmy sobre as invariantes, escreveu a Hilbert: 'Estou impressionado que essas coisas possam ser entendidas de uma maneira tão geral. A velha guarda de Goettingen deveria aprender com a Senhora Noether", indica a biografia de APS.


'Filhos de Noether'

Após o fim da Primeira Guerra Mundial, houve alguns avanços nos direitos das mulheres na Alemanha.

"Emmy recebeu um pequeno salário da Universidade de Goettingen em 1923", assinala Lucibella. "No entanto, nunca lhe foi dado o cargo de professora titular".

Naquela ocasião, os alunos de matemática passaram a ser conhecidos como os "meninos de Noether".

Mas, com a ascensão do nazismo na Alemanha, Emmy teve de abandonar a vida acadêmica em seu país devido à entrada em vigor de uma lei que proibiu os judeus de exercerem cargos governamentais ou universitários, lembra Lucibella.

Emmy foi, assim, demitida de Goettingen.

"No começo, passou a receber os alunos em sua casa, mas foi finalmente forçada a abandonar a Alemanha, junto a muitos outros acadêmicos judeus", acrescenta o especialista.

Emmy acabou imigrando para os Estados Unidos, onde continuou a exercer o magistério no Colégio Bryn Mawr de Princeton e no Instituto de Estudos Avançados daquela cidade.

Em 1935, descobriu um tumor na pélvis em um exame de rotina. Foi operada, e apesar de a cirurgia ter sido um sucesso, uma série de complicações a levaram à morte quatro dias depois.

Emmy tinha 53 anos.

Albert Einstein escreveu homenagem a Emmy Noether por ocasião de sua morte


A carta de Albert Einstein em homenagem a Emmy Noether após a morte dela:

"Segundo os matemáticos vivos mais competentes, a senhora Noether foi o gênio matemático criativo mais importante que já existiu desde as mulheres passaram a ter acesso à educação superior.

No campo da álgebra, do qual os matemáticos mais talentosos vêm se ocupando por séculos, ela descobriu métodos que provaram ser de enorme importância no desenvolvimento da geração atual dos jovens matemáticos.

A matemática pura é, à sua maneira, a poesia das ideias lógicas.

Nascida em uma família judia que se destacou pelo amor ao aprendizado, Emmy Noether, que, apesar dos esforços do grande matemático de Goettingen, Hilbert, nunca alcançou a posição acadêmica que merecia em seu próprio país, se cercou, mesmo assim, de um grupo de estudantes e pesquisadores em Goettingen, que viriam a se tornar professores ilustres e pesquisadores.

Seu trabalho abnegado e significativo realizado durante muitos anos foi recompensado pelos novos governantes da Alemanha com uma demissão, o que lhe custou sua renda para manter o seu (estilo de) vida simples e a oportunidade de continuar seus estudos matemáticos.

Seus amigos visionários de ciência neste país (EUA) tiveram a sorte de fazer os acordos necessários com o College Bryn Mawr e a (Universidade de) Princeton para que ela encontrasse nos Estados Unidos, até o dia de sua morte, não apenas os colegas que apreciaram a sua amizade, mas alunos gratos, cujo entusiasmo fez seus últimos anos os mais felizes e talvez os mais frutíferos de toda a sua carreira."

Trechos da carta que Albert Einstein escreveu e enviou ao jornal americano The New York Times. Data: 1º de maio de 1935.

quinta-feira, 16 de março de 2017

POESIA ENXADRISTA

Sempre gostei de xadrez, apesar de não jogar com frequência. Apenas de vez em quando contra a CPU.

Acontece que encontrei este software, Chessmaster Grandmaster Edition, que me deixou fissurado em aprender o raciocínio por traz das mentes geniais de pessoas como Bobby Fischer (considerado o Mestre) e Efim Geller (que conheci pelo programa).

Daí, lembrei que, ano retrasado, tinha desenvolvido um poema visual utilizando conceitos de xadrez, mas até eu acho que, na época, ele era praticamente indecifrável. Portanto, baseado em tudo que tenho aprendido, decidi criar a uma nova versão, cuja chave léxica é o movimento de cada peça no tabuleiro, onde, no final, cada quadrante irá representar uma letra e, no final, uma palavra.

Fica mais fácil se, quem for decifrar, souber o movimento que cada peça faz, bem como a nomenclatura que cada peça recebe, geralmente com a sigla uma inglês (k"N"ight, Cavalo / "R"ook - Torre).

Tive que fazer uma ampliação do tabuleiro para adaptar ao propósito, mas acho que, desta vez, quem tiver uma boa capacidade visual e raciocínio lógico irá decifrar.

(P.S.: Os cavalos são ambíguos, ou seja, dependendo do movimento das peças, não irá fazer sentido no final, por isso, é preciso prestar atenção, logo, o símbolo de exclamação na frente deles.)

GREGO

Nada implícito. Apenas uma experimentação visual tentando escrever o meu nome com algumas letras do alfabeto grego que possuem características gráficas semelhantes.

BURACO NEGRO

BELICOSIDADES

BAÚ

AVISO

do desprazer?
salve-se quem puder!

do amor?
fodam-se quem pudor!

quarta-feira, 15 de março de 2017

ZINE PROTESTIZANDO #16

Como estive num período intenso de mudança (SP x CE), devido a minha aprovação na UFC, só consegui publicar a décima sexta edição do zine PROTESTIZANDO agora, a qual era para estar disponível no início do mês, baseado em meus planos.

Esta edição aborda a mesma temática do PROTESTIZANDO #7, com algumas experimentações visuais utilizando como base o meu nome, bem como um texto sobre minha pesquisa.

Além disso, como as coisas estão entrando nos eixos novamente aqui em Crateús, irei publicar um material pendente que fui salvando neste período que fiquei inativo aqui no Blog.