ZINES

Desde a adolescência, sou um frequentador da cena cultural underground, principalmente no que se refere à cena musical (punk, metal, hardcore e afins). Com isso, comecei a ter contato com os meios de divulgação independentes, como flyers, zines, CDs, fitas K7 etc., onde boa parte do material é feito e divulgado pelas próprias pessoas nos eventos que elas mesmas organizam.

O (fan)zine ainda é um pouco desconhecido, mesmo na cena marginal. Nos saraus, quando levo algumas cópias, muitas pessoas se fascinam com a simplicidade deste tipo de publicação que, no meu caso, utilizo para divulgar meus escritos e minha arte nos lugares que frequento.


"Para a maioria dos existencialistas, dois eram os modos privilegiados dos humanos aceitarem e enfrentarem sua finitude: através das artes e da ação político-revolucionária. Nestas formas excepcionais da atividade, eles seriam capazes de dar sentido à brevidade de suas vidas."


Comecei a escrever por uma questão existencial. Encontrei na escrita uma forma de me expressar, de deixar um legado, de existir. Além disso, considero tal atitude como um tipo de engajamento para com o processo de escrita da nossa história, e também para com a construção e transferência do saber, para alcançarmos, aos poucos, o progresso social por meio da conscientização.

Desde o final de 2012, a poesia tem sido uma das formas que encontrei para externar meus pensamentos e sentimentos. Portanto, estou sempre lendo e absorvendo inspiração de várias escolas poético-literárias-filosóficas, e compondo versos livres, com métrica (soneto e haicai) e criando poemas concretos e visuais, abordando os mais variados assuntos.

O nome PROTESTIZANDO surgiu da junção das palavras PROTESTANDO + POETIZANDO, visto que, na época em que criei este zine, a temática dos meus escritos era, majoritariamente, de cunho mais subversivo.


"O conhecimento como tal não pertence a ninguém. Qualquer conhecimento vem de outros conhecimentos anteriores, sendo uma cópia em maior ou menor grau de outras ideias. Portanto, limitar a cópia não faz sentido, e dificulta a geração de novos conhecimentos. A principal função da geração de conhecimento é a de melhorar a sociedade, logo, deve alcançar o máximo de pessoas possível. Banir sua reprodução significa bloquear o acesso e discriminar aqueles que, por uma ou outra razão, não podem ter acesso a ele."


Baseado nisso, penso que o zine é uma forma de publicação bastante viável para as pessoas propagarem suas ideias livremente, tanto nos meios físicos como nos virtuais, pois, além de não ser necessário ter um grande conhecimento gráfico-editorial para sua confecção, possui um custo acessível, quando tem, para a maioria das pessoas.