sábado, 24 de agosto de 2019

THE ONLINE LEARNING LIST

Utilidade pública. Alguns eu já conhecia, mas outros vou procurar saber.

GALERIA MARGINAL #206

Artista: Felix Schlesinger (1833-1910)






 

GREEN COMPUTING / TI VERDE

Recentemente, assisti uma palestra sobre um assunto novo para mim, chamado Computação Verde (Green Computing).

Todas as ideias levantadas me fizeram pensar sobre coisas que nos passam despercebidas, como a complexidade temporal de um algoritmo em relação ao processamento de uma grande quantidade de informação e o consumo de energia.

Percebi que quanto pior é esta complexidade, maior é o tempo de processamento. Desta forma, muita energia é demandada pelos servidores e datacenters. Lógico.

No entando, algumas vezes, quando implementamos uma solução algorítmica para rodar no nosso computador, isso não importa muito desde que o resultado seja correto. Mas pensemos em empresas como Google, Amazon, Facebook etc., que estão a todo tempo processando milhares de requisições por segundo. É um gasto de energia absurdo. Agora imaginem se a complexidade temporal dos algoritmos utilizados fossem O(n^2). A situação seria muito pior.

Como cientistas da computação, vale a pena se debruçar sobre este tema para expandir os nossos conhecimentos sobre o impacto das nossas práticas de programação no mundo como um todo.

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“Computação verde não é só aquela ideia que alguns têm de tentar minimizar somente o impacto do aquecimento global. Esse conceito tem uma conotação de como trabalhar o que produzimos na computação em questão de dispositivos, hardwares, de modo que eles consigam ser reaproveitados, remanejados e reciclados facilmente”. Assim, a computação verde é definida pelo professor Sílvio Cazella. Em entrevista à IHU On-Line, realizada por telefone, o professor aponta os caminhos que a computação verde vai tomar, explicando que isto é uma tendência. “As mudanças já estão ocorrendo, tanto com a conscientização de quem produz como de quem consome e até da legislação. Existem movimentos já tentando fazer com que a empresa que produz um produto que consuma mais energia, responsabilize-se pela coleta desse produto quando ele já não tiver mais em uso”, explicou.

Sílvio Cazella é graduado em informática pela PUCRS e mestre em Ciência da Computação pela universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na University of Alberta (Canadá) e na UFRGS, realizou o doutorado também em Ciência da Computação. Atualmente, é professor na Unisinos.

Confira a entrevista.


IHU On-Line – O que é computação verde?

Sílvio Cazella – A computação verde seria mais uma expressão aplicada a uma preocupação das empresas referente ao meio ambiente e à sustentabilidade da própria empresa, tendo um caráter mais econômico. Computação verde não é só aquela ideia que alguns têm de tentar minimizar somente o impacto do aquecimento global. Esse conceito tem uma conotação de como trabalhar o que produzimos na computação em questão de dispositivos, hardwares, de modo que eles consigam ser reaproveitados, remanejados e reciclados facilmente. É uma preocupação bem ampla com esse tipo de material para que, dentro do possível, seja o menos tóxico quanto ao material utilizado para a construção de dispositivos, como o hardware.

IHU On-Line – Quais os níveis atuais de consumo dessa área?


Sílvio Cazella – O que posso dizer é que o consumo de energia elétrica de grandes servidores é um pouco mais elevado, tanto para que a máquina funcione como para a refrigeração do ambiente onde está a máquina. O exemplo mais clássico que encontramos de notícias e divulgação é o dos famosos datacenters. Estes são locais onde as empresas guardam os dados. O datacenter acaba sendo um grande ambiente com máquinas que já consomem um nível de energia, e precisam de um nível de refrigeração muito grande, tornando o consumo de energia maior. O que se busca, em alguns movimentos de grandes empresas que trabalham com hardware, é tentar produzir um hardware que dispense e exija menos energia. A partir daí, conseguir ter o uso adequado daquela energia, gerando menos calor e contribuindo para esta questão da computação verde, ou seja, uma computação que não exija tanto do ambiente e que não venha a “poluir” tanto.

IHU On-Line – Que tipo de mudança é necessário para que a computação fique mais verde?

Sílvio Cazella – As mudanças já estão ocorrendo, tanto com a conscientização de quem produz como de quem consome e até da legislação. Existem movimentos já tentando fazer com que a empresa que produz um produto que consuma mais energia, responsabilize-se pela coleta desse produto, quando ele já não tiver mais em uso. Do próprio lado do consumidor, hoje, até por movimentos de mídia, observa-se uma preocupação no mesmo sentido. Tentam procurar empresas que tenham uma preocupação maior com esta questão da computação verde, produzir coisas com material menos tóxico, dizer que têm um processo de reciclagem e assim por diante. Já há um movimento muito forte neste sentido. Para a própria empresa que produz a questão de retomar esse material que produz quando não tem mais uso junto ao cliente, é também algo interessante. Ela pode fazer um outro uso desse material, uma reciclagem com um custo mínimo para produzir algo ou complementar sua produção.

IHU On-Line – Hoje, a computação verde é viável?

Sílvio Cazella – Sim, é viável. Não diria hoje, mas já há algum tempo ela é viável. Devido até a alguns acordos, questões de padrões, ISOs e etc., a computação já se tornou verde há algum tempo, com essa preocupação e empenho das grandes empresas que produzem essas máquinas, e da sociedade com este descarte, às vezes, indevido de material. Se observarmos, temos vários computadores, desktops principalmente, jogados em lixões, poluindo. Observa-se também, há algum tempo, a questão de alguns países enviando esse material, resultante da computação que não tem mais uso como tecnologia de ponta, para países mais pobres, criando uma poluição. A computação verde hoje é uma preocupação nacional e internacional, e já existe toda uma preocupação dos países para tentar reduzir essa quantidade de material produzido e disponibilizado em locais que não deveriam. A computação verde é viável, e já existem movimentos nesta direção.

IHU On-Line – Como os usuários podem escolher o produto de informática mais ecologicamente correto?

Sílvio Cazella – A hora da escolha desse material ainda é complicada para nós em relação ao usuário pequeno. A preocupação hoje fica muito mais no lado de quem consome máquinas um pouco mais robustas, com uma capacidade de processamento maior para sua empresa. Acho que sempre a preocupação desse cliente, quando for adquirir esse material, deve ser não só observar a questão de configuração de máquinas, ou o que esta máquina apresenta como recurso, mas observar junto ao fabricante se ele realmente apresenta alguma preocupação com essa questão verde, se tem algum programa de reciclagem para esse material. Está muito mais concentrado em observar procedimentos de uma empresa do que propriamente questões de configuração de máquina. Mas, com certeza, onde fica mais concentrada a preocupação é nas empresas que produzem o hardware, em tentar fazer um movimento junto à sociedade, e que sejam reconhecidas como empresas que têm uma preocupação com a coletividade e com uma computação mais sustentável. 

IHU On-Line – A integração de serviços e tecnologias é também uma atitude verde para a computação?

Sílvio Cazella – Ela está mais concentrada nesta questão do material que se tem e quanto ele consome. Dos serviços, o que eu posso dizer é quanto esse serviço exige dessa máquina, o quanto essa máquina tem condições de entender a energia ou consumir energia dentro do que é um patamar viável, que não crie um problema. Vejo que isso é muito mais concentrado no hardware que está sendo colocado do que no serviço, no software que está sendo utilizado. Esses dispositivos menores com certeza também têm uma questão de consumo, de processamento, e aí dentro da máquina seria questão para ser pensada como computação verde.

IHU On-Line – O uso de chips com diversos núcleos proporciona economia de energia? Qual a diferença entre esses chips e os comuns?

Sílvio Cazella – Na verdade, o uso de processadores com mais de um núcleo neste tipo de arquitetura, propicia um uso mais inteligente do recurso para o processamento. Disponibiliza uma máquina com um ponto de processamento mais robusto, e, nesse caso, provavelmente terá um uso mais inteligente desse consumo de energia da própria máquina. Isso poderia denotar uma preocupação com esse quesito da computação verde. A principal diferença entre os chips com diversos núcleos e os comuns está na questão do processamento, quando se tem a possibilidade de mais de um núcleo, consegue-se não sobrecarregar alguns e distribuir o processamento entre os vários núcleos. Isso é um processamento mais “inteligente”, que melhora o uso de recurso para diminuir a quantidade de calor gerado, que a máquina tenha um desempenho sem ter um aquecimento muito maior.

IHU On-Line – A computação em nuvem é também uma atitude para a computação verde?

Sílvio Cazella – A computação em nuvem é um novo paradigma, uma nova maneira de pensar a programação, ou seja, não se tem uma visão de onde estão sendo processados os dados, como dizemos, é computação das nuvens. Mas, no caso, a preocupação da computação verde continua porque temos da outra ponta, seja onde estiverem sendo processados esses dados, existe a preocupação de como essas máquinas consomem energia, com que material essas máquinas foram produzidas, como elas estão dispostas para a questão de diminuição desse consumo de energia, e assim por diante. A preocupação é a mesma: como estas máquinas estão localizadas e como o ambiente onde elas estão processando está construído, na questão de refrigeração, do próprio tipo de processamento das máquinas, de como elas usam a energia. Isso não se enxerga, não se sabem como estão colocadas as máquinas da Google para lidar com a questão da computação verde. Só se sabe que eles trabalham com a ideia de computação em nuvens, usando o ambiente Google docs, onde você coloca seu material e ele está em algum lugar, só não se sabe exatamente onde.

Já existem questões de padrões internacionais que as empresas estão respeitando para lidar com computação verde. Já existem alguns selos para tentar garantir essa visão e todo um movimento em direção a esse tipo de conceito de computação. A sociedade tem que estar observando esse movimento, a questão de legislação que está sendo trabalhada para isso. Não é só mais um movimento individual de empresas e sociedades, existe toda uma questão de legislação e normas.

CONCRETAGENS #185

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Autor desconhecido

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domingo, 4 de agosto de 2019

ILHA DAS FLORES

Há 30 anos, o cineasta gaúcho Jorge Furtado traçou a lógica do sistema capitalista a partir da trajetória de um simples tomate. Em Ilha das Flores, ele expõe a condição na qual vivem os habitantes de um bairro homônimo na região metropolitana de Porto Alegre. O documentário foi aclamado na época e rendeu, entre outros prêmios, o Urso de Prata para curta-metragem no Festival de Berlim em 1990. Agora, foi eleito pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema o melhor curta brasileiro de todos os tempos.


DELTA DE VÊNUS - ANAÏS NIN

Estava mais familiarizado com a leitura dos diários da Anaïs. Em Delta de Vênus, ela ainda mantêm toda a sua forma poética de narrar a sensualidade nas relações (íntimas) entre pessoas, no entanto, admito que algumas das histórias me deixaram um pouco desconfortável.

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Prostitutas que satisfazem os mais estranhos desejos de seus clientes. Mulheres que se aventuram com desconhecidos para descobrir sua própria sexualidade. Triângulos amorosos e orgias. Modelos e artistas que se envolvem num misto de culto ao sexo e à beleza. Aristocratas excêntricos e homens que enlouquecem as mulheres. Estes são alguns dos personagens que habitam os contos – eróticos – de Delta de Vênus, de Anaïs Nin. Escritas no início da década de 40 sob a encomenda de um cliente misterioso, estas histórias se passam num mundo europeu-aristocrático decadente, no qual as crenças de alguns personagens são corrompidas por novas experiências sexuais e emocionais. Discípula das descobertas freudianas, Anaïs Nin aplicou nestes textos a delicadeza de estilo que lhe era característica e a pungência sexual que experimentou na sua própria vida. Mais do que contos eróticos, Delta de Vênus oferece ao leitor histórias de libertação e superação.



GALERIA MARGINAL #204

Artista: Federico Andreotti (1847-1930)