quinta-feira, 30 de novembro de 2017

A DISTINÇÃO DO DIPLOMA: UMA CONQUISTA OU UM OBSTÁCULO?

É incontestável que em muitas áreas do conhecimento (como a medicina), para que uma pessoa possa exercer sua profissão é imprescindível que ela tenha uma educação formal. No entanto, concordo com o trecho do texto que diz: "O conhecimento, muito além do mero valor simbólico que possui o diploma, deve ser reconhecido pelo seu potencial de repercussão benéfica, em prol da sociedade e não como um banal instrumento de exclusão e/ou distinção social". Neste caso, resta saber se tal pessoa escolheu trilhar por este caminho em prol da sociedade ou por uma questão de status. Enfim, quem sou eu para fazer algum julgamento...

Me defino como um grande apreciador das diversas áreas do conhecimento, estudando um pouco de tudo. No entanto, em relação à educação formal, decidi focar minha atenção no campo da Tecnologia. Apesar de não ter concluído o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas que iniciei na FATEC, por descobrir em mim potencial criativo (que me fez trilhar por caminhos alternativos), decidi iniciar uma nova jornada nesta área cursando Ciência da Computação na Universidade Federal do Ceará.

Meu intuito não é me tornar uma máquina de programar em alguma companhia de desenvolvimento de software (como um Charles Chaplin da programação, vide Tempos Modernos), muito pelo contrário, é utilizar toda minha criatividade e conhecimento com a finalidade de criar ferramentas (softwares, aplicativos e afins) que auxiliem as pessoas em determinada atividade, sempre em prol da coletividade.

E, independentemente se eu faça isso sozinho ou em companhia de pessoas que compartilhem destas ideias, preciso absorver o máximo de conhecimento lógico-matemático possível (para suprir o meu déficit), bem como me inteirar e refletir sobre as carências que assolam a sociedade. Já listei várias ideias, mas preciso aprender a tirá-las do papel.

No futuro, se eu tiver um diploma (mestrado, doutorado) ou não, isto será indiferente, pois utiliz(ar)ei o conhecimento que adquiri, seja no ambiente acadêmico ou de forma autodidata, para fazer a diferença no mundo de uma forma positiva.

Tal (ou tais) projeto(s), juntamente com minha arte, seria(m) o meu legado existencial. E isso já me deixa bastante satisfeito.

* * *

O uso indevido do diploma por mentes vazias que apenas cursaram o período de formação obrigatório, quiçá com média mínima para aprovação, apenas contribui para a perpetuação de um analfabetismo crônico de “pessoas estudadas”. E este paroxismo é mais corriqueiro do que se pode imaginar


Ele se havia habituado a ver no doutor nacional o marquês ou o barão de sua terra natal. Cada terra tem a sua nobreza; lá, é visconde; aqui, é doutor, bacharel ou dentista; e julgou muito aceitável comprar a satisfação de enobrecer a filha com umas meias dúzias de contos de réis. (LIMA BARRETO, Afonso H. In: Triste fim de Policarpo Quaresma).

Lima Barreto soube expressar-se com assaz erudição, especialmente por meio da sátira literária. E não por acaso a complexa questão relacionada à “como medir o conhecimento humano”, especialmente quando nos referimos à capacitação profissional, recai ainda hoje em um polêmico debate; em um inóspito território incógnito. A resposta tida como válida, e em voga, é a utilização do diploma – enquanto medida de nível de escolaridade ou formação profissional. Entretanto, a dúvida permanece quanto à dúbia distinção entre a formação e/ou nível de escolaridade e o real grau de saber/conhecimento que determinada pessoa possui. Ou melhor, atesta possuir…

Em uma sociedade como a brasileira, cujos níveis de renda e educação (que possuem forte correlação), são ainda baixos – cuja gênese encontra-se na formação social e histórica do país – é comum ouvir-se frases prontas como, por exemplo, “fulano (a) é estudado” ou então “ele (a) tem estudo”. Essa conotação assume uma nítida relação de causa-efeito, no sentido de que se esta pessoa possui um diploma que ateste determinado grau de escolaridade ou formação profissional, tanto mais se esta for historicamente reconhecida (direito, medicina, engenharias), tal pessoa possuiria status social e também saber/conhecimento na sua área – e, possivelmente, em outras. Será?

Em outros termos: se eu possuo um diploma, logo, sou portador de conhecimento/status social (ainda que o primeiro seja obrigatório e o segundo opcional, pois há quem opte apenas pela distinção social). Por mais repulsivo que isto possa ser, é, mesmo assim, um reducionismo míope comungado por muitos. E é com veemência que questiona-se isto. Ademais, os leigos não têm culpa de não compreenderem esta trivial fatalidade (ou seria um funesto e execrável problema?), mas aqueles que se dizem “portadores de algum saber” possuem uma necessária responsabilidade, especialmente em relação àqueles que não o possuem. Trata-se da humildade inerente à verdadeira posse de conhecimento, assim como à sua propagação.

Como disse outrora C. Drummond de Andrade, “as academias coroam com igual zelo o talento e a ausência dele”. Tanto é que, infelizmente, em alguns pontos a lógica financeira/empresarial não se distingue muito da universitária (isto sem considerar os cursos que, por serem técnicos, são ainda mais práticos). Considerar uma pessoa como inteligente, intelectual, culta ou como merecedora de determinado status social, com base em meros diplomas, de fato, não se sustenta. O Brasil demonstrou um avanço quantitativo significativo nesta área, pois realmente há mais brasileiros já formados (ou em formação) no Ensino Superior do que havia no último decênio. Entretanto, ainda que consideremos a eficácia de algumas políticas públicas na área, estamos trabalhando com o quantitativo e não com a qualidade desta formação.

Obviamente que alguns reflexos não são imediatamente perceptíveis. A mudança deste novo perfil social tende a manifestar-se amiúde nas próximas gerações, uma vez que mudanças socioculturais são medidas em décadas, não apenas em anos. Mas, em termos atuais, já podemos afirmar que o status utilizado por determinadas pessoas, com base em seu diploma ou área de formação, não mais sustenta-se. E, se caso ainda ecoa, somente o faz por meio de juízos de valor lacônicos, néscios jargões, como os anteriormente mencionados. Inclusive, esta realidade é magistralmente exposta nos clássicos da literatura, bem como por meio da sociologia.

Certamente as estatísticas não comportam dados subjetivos sobre a qualidade dos que saíram das universidades, mas apenas o quantitativo. Para todo efeito, computemos e somemos à discussão, também, o ensino fundamental e médio, além das capacitações técnicas e especializações. Os resultados tendem a serem impactantes… Os reflexos sociais contidos no ato de portar um diploma possuem um valor de distinção infinitamente maior para os que não o possuem do para aqueles que já os tenham. Deveras, há muito analfabeto político “às soltas” na sociedade que são portadores dos mais variados títulos e diplomas… Além do mais, só o diploma em si, sem o subjetivo suporte sociocultural e econômico, possui seu efeito drasticamente reduzido, como bem ressaltou Bourdieu.

Para o eminente filósofo Michel Foucault, o diploma atesta apenas um “valor mercantil do saber”, dentro da mais pura lógica capitalista de produção. Aliás, esta é a mesma lógica responsável pelo seguinte axioma: “quem estuda, o faz para trabalhar”. Não há lugar para quem não trabalha; logo, que não produz. Mas há um forte estímulo para a formação do que Dostoiévski chamou de “homens socialmente nulos”. A necessidade de status social manifestada por algumas pessoas encontra refúgio em artifícios como o diploma. E, junto deste, outros estão correlacionados, quais sejam: linguagem técnica, estética visual, frivolidades sociais, etc., todos como forma de distinções sociais, como bem atestado por Bourdieu.

Esta busca insaciável (ganância) pelo reconhecimento e destaque social começa no momento da formatura. É ali que os primeiros jargões, néscios e frívolos, nascem; agora “com o diploma em mãos”, também faz-se necessário um estetoscópio; uma Têmis de bronze ou uma Minerva de mármore… Pronto! Assim está construído um estereótipo que, em alguns casos, é cômico. O exemplo fica por conta de alguns cartões, placas e contatos distribuídos ao público, os quais atestam um pronome profissional que vale mais do que o próprio nome: foi-se o barão, veio o coronel; foi-se este, veio o doutor – só não veio foi o doutorado… Façamos uma ode à Lima Barreto, quando disse que nem sempre os mais bem vestidos entram nas melhores casas… Ah! O genial Lima Barreto!

O que incomoda algumas classes (e pessoas em particular) é o fato de que a República (uma sedutora dama!), não concede mais os tão cobiçados títulos nobiliárquicos d’outrora. Isto faz com que muitas pessoas, e até mesmo segmentos profissionais inteiros, apeguem-se ao diploma – mais como forma de status social do que como formação útil para o progresso educacional e sociocultural da sociedade brasileira. É neste sorvedouro que nascem os repulsivos e finórios “pseudo-doutores” sem doutorado – que, por sua vez, são sustentados por uma ingênua e carente parcela da população (sem diplomas) que os reconhecem como doutores ad hoc.

O conhecimento, muito além do mero valor simbólico que possui o diploma, deve ser reconhecido pelo seu potencial de repercussão benéfica, em prol da sociedade e não como um banal instrumento de exclusão e/ou distinção social. O conhecimento desconstrói esta realidade. O uso indevido do diploma, por mentes vazias que apenas cursaram o período de formação obrigatório (ritos de passagem), quiçá com média mínima para aprovação, apenas contribui para a perpetuação de um analfabetismo crônico de “pessoas estudadas”. E este paroxismo é mais corriqueiro do que se pode imaginar.

Questionamos hoje o seu uso indevido; não apenas a suposta medida de saber profissional que muitos alegam-se detentores, unicamente pelo seu porte. Não, realmente intelectualidade e conhecimento não cabem em um diploma; e nem este comporta o saber de uma pessoa. Se assim fosse, o que diríamos dos imortais da Humanidade, uma vez que muitos destes não chegaram a portar um diploma e, no caso daqueles que o fizeram, foram muito além deste mero simbolismo?

*Marconi Severo é Cientista Social & Político e colaborou para Pragmatismo Político

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

TODAY'S FEATURED PICTURE @ WIKIPEDIA - 27/11/17

The Quarrel of Oberon and Titania is an oil painting on canvas by the Scottish artist Joseph Noel Paton. Painted in 1849, it depicts the scene from William Shakespeare's comedy play A Midsummer Night's Dream, in which the fairy queen Titania and fairy king Oberon quarrel. When exhibited in Edinburgh in 1850, it was declared as the "painting of the season". The painting was acquired by the National Galleries of Scotland in 1897, having initially been bought by the Royal Association for Promoting the Fine Arts.

Painting: Joseph Noel Paton

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

TODAY'S FEATURED PICTURE @ WIKIPEDIA - 24/11/17

A series of rock formations, with the Dedo de Deus (God's Finger) peak in the background, at the Serra dos Órgãos National Park in Rio de Janeiro state, Brazil. Established in 1939 as the country's third national park, Serra dos Órgãos National Park contains the Serra dos Órgãos mountain range as well as several water sources.

Photograph: Carlos Perez Couto, edit: The Photographer

4° FIT & II EU @ UFC (CAMPUS DE CRATEÚS) - 22/11/17 À 24/11/17

Esta semana foi marcada por diversas atividades na UFC - Campus de Crateús, local onde curso o 2° semestre de Ciência da Computação.

Na quarta, ocorreu o 4° Fórum de Inovação Tecnológica, que contou com uma Maratona de Programação (entre nós, estudantes da UFC) e diversas palestras sobre assuntos em voga na área da tecnologia, como crimes virtuais, visualização de dados, design computacional, banco de dados não relacionais (MongoDB), bem como um workshop de Django, ministrado pelo meu colega de projeto.

Na quinta e hoje, tivemos o II Encontros Universitários, que contou com exposição de fotografias dos estudantes, campeonato de jogos (CS, LOL, DBZ, PES) e apresentações sobre projetos e pesquisas que os bolsistas desenvolvem dentro do espaço acadêmico. No meu caso, apresentei um banner sobre o projeto da Bolsa de Iniciação Acadêmica que faço parte.

Um erro meu foi ter esquecido de tirar fotografias dos trabalhos dos outros estudantes, bem como das atividades que ocorreram durantes estes eventos. Fica para a próxima.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

TIMELINE

as linhas do tempo

que prendiam
meu barco

num universo
paralelo

foram cortadas.

decidi navegar

pelas águas
da vida real

que ainda
não foram

desbravadas.

[ Estou saturado de descer a barra de rolagem da timeline e visualizar, na maioria das vezes, um conteúdo desinteressante. O tempo é um bem precioso demais para ser despendido desta forma. Decidi usar meu perfil apenas para gerenciar minhas páginas. Logo, minha atenção será voltada para a transmissão dos meus saberes e da minha arte. Além disso, uma vez conectado na internet, priorizarei atividades que me edifiquem, para que assim eu possa tranformar o mundo de uma forma positiva. ]

ENTRELINHAS

MATH IS FOREVER - EDUARDO SÁENZ DE CABEZÓN @ TED

With humor and charm, mathematician Eduardo Sáenz de Cabezón answers a question that’s wracked the brains of bored students the world over: What is math for? He shows the beauty of math as the backbone of science — and shows that theorems, not diamonds, are forever.

TODAY'S FEATURED PICTURE @ WIKIPEDIA - 20/11/17

Luncheon of the Boating Party was painted by the French impressionist Pierre-Auguste Renoir and completed in 1881. It depicts a group of his friends relaxing on a balcony at the Maison Fournaise restaurant beside the Seine River in Chatou, France. Included in the Seventh Impressionist Exhibition in 1882, it was purchased from the artist by Paul Durand-Ruel before being bought after a decade-long pursuit in 1923 by industrialist Duncan Phillips. The painting, now in The Phillips Collection in Washington, D.C., has a richness of form, a fluidity of brush stroke, and a flickering light.

Painting: Pierre-Auguste Renoir

terça-feira, 14 de novembro de 2017

COMO A CIÊNCIA TRANSFORMOU O MUNDO EM 100 ANOS E POR QUE DEVEMOS ESTAR ENVOLVIDOS

Por Sir Venki Ramakrishnan
Presidente da Sociedade Real de Londres para o Avanço da Ciência Natural
Publicado na BBC

Se pudéssemos transportar milagrosamente as pessoas mais inteligentes de meados de 1900 para o mundo presente, ficariam maravilhadas ao ver que agora compreendemos coisas que desconcertaram os humanos durante séculos.

Há um pouco mais de cem anos, as pessoas não tinham ideia de como herdamos e transmitimos nossos traços ou como uma única célula poderia converter-se em um organismo.

Não sabíamos que os átomos tinham estrutura: a própria palavra significava indivisível.

Não sabíamos que a matéria tinha propriedades muito estranhas que desafiam o senso comum.

Ou por que há gravidade.

E eles não tinham ideias de como surgiram as coisas, tanto a vida na Terra como o próprio Universo.

Hoje em dia, graças a descobertas fundamentais, podemos despejar ou, pelo menos, começar a desvendar esses mistérios.

Isso transformou a forma como vemos o mundo e, muitas vezes, a nossa vida diária.

Muito do que consideramos hoje concedido é o resultado de uma interação entre ciência e tecnologia, com um impulsionando o outro adiante.


As invenções modernas são muitas vezes baseadas em descobertas de algumas centenas de anos, diz Venki Ramakrishnan. Créditos: Royal Society.

Quase todas as invenções modernas têm um ou várias descobertas fundamentais que as tornaram possíveis.

Às vezes, essas descobertas fundamentais foram feitas há centenas de anos.

Nem os motores a jato nem os foguetes seriam possíveis sem o conhecimento das leis do movimento de Issac Newton, por exemplo.

Há grandes momentos na ciência, como a descoberta da estrutura da DNA que mudou nossas perspectivas.

Mas mesmo essa descoberta foi um marco que se baseou no trabalho de Charles Darwin e Gregor Mendel, e também presumiu a biotecnologia de hoje, em que todo o DNA de um ser humano, o genoma humano, foi sequenciado.

  
Alguém do início do século passado ficaria espantado com tudo o que sabemos agora. Créditos: Getty Images.

Isso, por sua vez, nos deu a capacidade de descobrir como as doenças genéticas ocorrem e, potencialmente, como solucioná-las.

Recentemente, os cientistas puderam modificar os genes de uma menina para curar seu câncer.

Já não somos uma caixa preta completa, embora nossa complexidade seja tal que estamos apenas começando a entender como nossos genes regulam o corpo e como eles interagem com nosso ambiente.

 
Podemos deduzir que o universo começou com um Big Bang a partir de um único ponto. Créditos: SPL.

É provável que as tecnologias genéticas enfrentem questionamentos importantes sobre a forma como nos vemos e por que queremos usar nossa maior compreensão e capacidade.

Isso também é verdade sobre a grande teoria do Big Bang de como o Universo surgiu.

Há cem anos, mistérios como a maneira que o Universo surgiu eram, para muitos, firmemente uma questão de fé.

Estimulados pela observação de que o Universo não é constante, mas que as galáxias estão em expansão, afastando-se uma das outras, poderíamos determinar que o Universo começou com um Big Bang a partir de um ponto.


Esse conhecimento nos dá uma ideia sobre o que talvez seja o mais importante de todas as perguntas: de onde veio tudo?

A ideia faz com que nosso pequeno ponto azul pareça cada vez menor, mas nossa busca pelo conhecimento do que está fora não mostra sintomas de um complexo de inferioridade.

 
Os avanços na exploração espacial nos deixam mais curiosos sobre o que permanece desconhecido. Créditos: NASA.

Das missões Apollo até a sonda Cassini, do telescópio Hubble até a busca de ondas gravitacionais e exoplanetas, todos os avanços parecem nos deixar cada vez mais curiosos sobre o espaço.

Hoje, grande parte de como vemos o mundo é através de uma tela eletrônica.

Os computadores em todas suas formas variadas são fontes de conhecimento, mas também são cada vez mais a maneira como nos apresentamos ao resto do mundo e interagimos com os outros.

Mesmo um objeto onipresente, como um smartphone, depende de muitas descobertas fundamentais.

Seu computador potente depende de chips integrados formados por transistores, cuja a descoberta depende da compreensão da mecânica quântica.

O GPS em um smartphone depende da correção do tempo dos satélites usando as teorias especial e geral da relatividade, teorias que as pessoas pensaram não ter qualquer valor prático.

Me pergunto quantos entendem todas as descobertas que fazem essa pequena caixa funcionar.

 
As máquinas com a capacidade de aprendizagem nos levam aos primeiros carros sem motorista. Créditos: Getty Images.

Os computadores também estão gerando desenvolvimentos que continuarão a desafiar nossa visão do mundo.

As máquinas que aprendem já estão entre nós e estão mudando a realidade em que vivemos.

Elas oferecem um grande potencial que incluem cuidados médicos e a melhoria de outros serviços públicos, e, em breve, podem resultar em carros sem motoristas e robôs muito sofisticados.

Mas devemos tomar decisões conscientes sobre como queremos que as máquinas inteligentes permitam que a humanidade prospere.

As descobertas em si são moralmente neutras, mas o uso que fazemos dela não são neutras.

Uma descoberta que mudou nossa visão de mundo em duas direções claramente divergentes foi a fissão nuclear.

Sua descoberta levou ao desenvolvimento das armas mais destrutivas já conhecidas.

Alguns argumentam que o medo da destruição tem sido um poderoso motivador para a paz, mas essa não é uma solução estável, como pode ser visto com a situação atual com a Coreia do Norte.

Por outro lado, a fissão nuclear também prometeu uma fonte confiável de energia que, uma vez, foi predita com otimismo que era “demasiada barata para medir”.

  
O medo da destruição pode ter atuado como dissuasor alguma vez, mas não garante uma situação estável. Créditos: AFP.

A ciência é a busca de conhecimento sobre nós mesmos e o mundo que nos rodeia.

Essa busca pelo conhecimento também moldou a forma como vemos o mundo, bem como a aplicação do conhecimento. Em geral, transformou nossas vidas para melhor.

Hoje vivemos quase o dobro do tempo que nossos antepassados em 1900 e a qualidade de nossas vidas é muito melhor do que era antes.

Mas o uso da ciência e da tecnologia não depende apenas da ciência e dos cientistas. Depende de uma interação de fatores culturais, econômicos e políticos.

A ciência é um triunfo do conhecimento humano e todos podemos compartilhar essa emoção.

Ao mesmo tempo, entender seus múltiplos usos pode nos ajudar a nos envolver nas decisões que nos afetam.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

TODAY'S FEATURED PICTURE @ WIKIPEDIA - 03/11/17

Woman with a Mirror is a painting by the Italian artist Titian. This work, dated to c. 1515, depicts an unidentified woman as she primps herself with the assistance of a servant. The painting is now in the Louvre.

Painting: Titian