O projeto ANTIGR1F3 nasceu de uma reflexão sobre questões relacionadas ao marketing, consumismo, alienação e exploração, visto que estamos inseridos em uma sociedade na qual o nosso poder de consumo é um fator aceitação. Somos programados para trabalhar e consumir cada vez mais coisas, geralmente, produzidas por empresas e grifes famosas, as quais (supostamente) nos fazem sentir inseridos e reconhecidos pelas outras pessoas. As logomarcas estão ficando cada vez maiores, e estamos nos tornando verdadeiros “outdoors ambulantes”. O que me faz lembrar de uma citação do filme Clube da Luta: As coisas que você possui acabam possuindo você.
Por trás desta realidade, muitas vezes, não nos atentamos aos insumos necessários para produzir tais objetos de desejo, que vão desde a extração da matéria-prima da natureza, até a mão de obra que é necessária para se fazer o acabamento final.
De vez em quando, vemos notícias sobre grifes famosas que contratam empresas terceirizadas para produzirem suas peças, as quais, no final, acabam sendo revendidas por um valor absurdamente maior nas lojas oficiais. Acontece que, nesse processo, há casos nos quais ocorre a exploração da mão de obra com o pagamento de salários baixíssimos e condições de trabalho análogas à escravidão.
Por outro lado, felizmente, existem maneiras para tentar melhorar esta situação, seja por meio do ativismo, de aplicativos (como o Moda Livre), ou buscando formas alternativas para se obter peças de vestuário, como em brechós, lojas de marcas ecológicas, ou até mesmo por meio da confecção autônoma - para as pessoas mais habilidosas.
Vestimentas também podem servir de suporte para que propaguemos as nossas ideias e a nossa arte. Penso que produzir estampas é algo muito criativo e original, assim como a confecção de bottons (ou broches), patches e afins.
Baseado nisso, o intuito do projeto ANTIGR1F3 é buscar um meio de subverter a lógica consumista, mesmo que de maneira singela, e desenvolver a nossa consciência social e habilidades artísticas.
