terça-feira, 24 de maio de 2016

CONSIDERAÇÕES SOBRE O SENTIDO DA VIDA

“Qual o sentido da vida?”... Principal questão que surge na mente das pessoas que refletem sobre a existência, um assunto profundo e complexo. Mesmo porque o conceito de “vida” não se restringe somente a raça humana, também se refere aos animais, plantas e microrganismos.

Eu, particularmente, desde que comecei a estudar Filosofia e a me debruçar sobre os mais diversos assuntos, ainda penso muito sobre isso. Em poemas como PROTESTIZANDO e SENTIDO DA VIDA, por exemplo, abordo tal temática, mesmo que de uma maneira um pouco ingênua. No entanto, tal atitude permitiu que eu me conscientizasse da extrema preciosidade da vida, pois ela é de um valor inestimável, principalmente porque termina inteiramente com a nossa morte. E fim. Nunca mais existiremos. Logo, o ideal é que tiremos o máximo proveito desse privilégio, primeiramente, cuidando da nossa saúde para termos uma vida mais longa, proveitosa, produtiva e feliz. 


“Eu fui à floresta porque queria viver livre. Eu queria viver profundamente, e sugar a própria essência da vida... expurgar tudo o que não fosse vida; e não, ao morrer, descobrir que não havia vivido.” - Henry David Thoreau

"Para a maioria dos existencialistas, dois eram os modos privilegiados de os humanos aceitarem e enfrentarem sua finitude: através das artes e da ação político-revolucionária. Nestas formas excepcionais da atividade, eles seriam capazes de dar sentido à brevidade de suas vidas."


Penso que o importante na existência é dar significado à vida, visto que ela não tem nenhum em si mesma. Ou seja, temos que fazer dela um acontecimento que nos permita fazer do mundo um lugar melhor - antes de morrermos, ou até mesmo depois, por meio de um legado.

Por isso, nunca posso deixar de lembrar do impacto que o filme Sociedade dos Poetas Mortos teve em mim. Principalmente quando John Keating leva seus alunos para olharem, no armário de troféus, as fotos dos rapazes que “hoje estão servindo de adubo”, mas que, por um lado, deixaram suas conquistas, o seu legado. Neste caso, vejo “o troféu” como uma forma de reconhecimento por um feito honroso, mesmo que não acarrete uma melhoria direta para a sociedade, mas que pode inspirar pessoas a iniciarem algo e serem excepcionais no que fazem. Penso que deve-se fazer o bem, não com o intuito de receber um prêmio, mas pelo ato em si, e seu impacto positivo para com o desenvolvimento da coletividade.


“O tempo encurtou, então devo me expressar.”


Lancei um livro com a pretensão de mudar o mundo. Mas, logo percebi que “livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Portanto, cabe a mim somente propagar o conhecimento que absorvo, pois sua principal função é a de melhorar a sociedade, logo, deve chegar ao máximo número de pessoas possível.

Além disso, para a manutenção da vida, temos que estudar para realizarmos um ofício, realizarmo-nos profissionalmente. E, neste caso, é importante considerarmos que estamos dando uma contribuição valiosa para a construção de uma sociedade melhor, ao invés de sermos apenas mão-de-obra para geração de lucro. Tanto isto, como a luta contra a exploração no trabalho, são fatores que também podem dar significado à vida, pois, uma das finalidades da boa condição econômica consiste na satisfação dos desejos individuais, e, possibilitar que o máximo de pessoas usufruam disto é algo benéfico para todos.

Estabelecer bom laços interpessoais e familiares também é muito importante, pois as nossas vivências e a nossa história é construída por meio deles. Sem nossos amigos e família, uma vida dificilmente seria significativa, pois são eles que, muitas vezes, compartilham nossos interesses, nossas conversas, nos visitam, curtem a nossa companhia, nos consolam, nos apoiam, alegram-se com nossas vitórias e choram nossas derrotas. São essenciais à nossa vida. Mas o aspecto social da vida vai além disso, também se realiza em nossas atividades comunitárias, filantrópicas, políticas e todas as que fazemos coletivamente, como participar de grupos musicais, esportivos ou de qualquer outra ordem. Estar integrado à sociedade é outro aspecto que dá significado à vida.

Quanto às crenças, sou um cético em relação às religiões e seus dogmas, e também um apreciador do humanismo secular. Pois acho que o pensamento e a atitude ética são extrínsecas à religião, ou seja, não preciso ser adepto das ideias cristãs para começar a fazer o bem, preciso somente me conscientizar da minha função como agente transformador e prezar por ele nas minhas ações.

As religiões atribuíram questões extranaturais ao sentido da vida. A cessação do ciclo de reencarnações, a vida eterna no paraíso e a salvação do tormento eterno são colocados como razões e propósitos para a vida, bem como para um tipo de comportamento que seja propício para que se alcance tais objetivos. Até o momento, não há comprovação alguma de que haja alguma continuidade da consciência após a cessação da vida biológica do organismo que a suporta. Portanto, a denominada “vida eterna” é algo utópico. A morte biológica leva à cessação total de toda atividade mental, não restando coisa alguma, como a denominada “alma”, para receber prêmio ou castigo pela conduta durante a vida biológica. Assim, a questão da premiação do bem e da punição do mal é uma tarefa que a própria sociedade precisa se incumbir de fazer enquanto as pessoas ainda estão vivas.

Recentemente, uma notícia que me chamou a atenção foi o caso da Gretta Vosper, uma pastora evangélica que provocou uma polêmica no Canadá após declarar que não acredita em Deus.

“Durante todo o culto, ouve-se a palavra amor 43 vezes. Mas não há qualquer menção a Deus”, pois, para ela, “Deus é apenas uma metáfora sobre as relações que estabelecemos com o mundo. Com tantos coisas ruins à nossa volta, não posso aceitar o argumento de que qualquer acontecimento é parte da vontade de Deus”.

Apesar de haver uma parcela que apoie a permanência de Gretta na congregação, “a hierarquia mais alta da igreja quer impor seus conceitos sem nenhum diálogo”. Ou seja, vê-se que, muitas vezes, “tanto Deus quanto a religião são hoje usados por grupos privilegiados, interessados apenas em manter seu status opressor”, interessados no capital. Logo, vê-se a hipocrisia em muitos templos religiosos, onde muitas pessoas são enganadas de forma escancarada. Dedicam seu valioso tempo, sua existência, sua vida para favorecer os interesses de uma minoria gananciosa.


“Viver é morrer.”


Depois de falar sobre alguns aspectos do sentido da vida, acho que também convém falar um pouco sobre a “morte”. Além do meu poema POST MORTEM, existem algumas citações interessantes de filósofos em relação a esta palavra tão temida:


"Vivemos para morrer. Por que a morte vem nos perguntar sobre o sentido da nossa existência e nos retirar da inércia do silêncio de não pensarmos nossa própria condição. Uma reflexão sobre a morte realiza uma pausa na nossa trajetória. Com isso, vemos a morte como uma necessidade existencial, ela nos capacita para irmos além do que somos." (Filosofia: Ciência e Vida - 87)

No meu caso, tal pensamento fez com que eu procurasse sempre desenvolver novas habilidades e aprender coisas novas, exercitando o meu corpo e a minha mente, por meio do autodidatismo e do polimatismo.

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"Para Kierkegaard a Verdade não é objetividade, mas, ao contrário, a subjetividade. A Filosofia torna-se assim, expressão da personalidade do filósofo, pois o problema não está propriamente em encontrar a Verdade, mas uma verdade pela qual se possa viver e morrer."

Encontro no conhecimento científico as respostas que melhor explanam o Universo frente ao meu ceticismo e meus questionamentos. Penso que tal conhecimento, estando aberto a refutações, a cada nova descoberta estará mais próximo de encontrar a Verdade.

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Para finalizar, uma citação sobre o pensamento epicurista, uma matéria da BBC Brasil e uma charge com uma temática que as relacionam entre si. Reflitam:


"Como Aristóteles, Epicuro acreditava que o maior objetivo da vida era a felicidade. Achava que a dificuldade em atingi-la estava no medo que sentimos da morte. Epicuro se propôs a resolver o impasse: se a morte é o fim das sensações, ela não pode ser fisicamente dolorosa, e, se é o fim da consciência, não pode causar dor emocional. Ou seja, não há nada a temer."

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"O principal arrependimento de muitas pessoas é o de não ter tido coragem de fazer o que realmente queriam” ... "Outro arrependimento comum é de não terem trabalhado um pouco menos, o que fez com que perdessem muitas coisas em suas vidas".

Cinco grandes arrependimentos:

1. Queria ter tido a coragem de fazer o que realmente queria, e não o que esperavam que eu fizesse.
2.Queria não ter trabalhado tanto.
3.Queria ter tido coragem de falar o que realmente sentia.
4.Queria ter retomado o contato com os amigos.
5.Queria ter sido mais feliz.

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