De 1/12/2016 a 28/02/2017
Curadoria: Julio Mendonça e Reynaldo Damazio
Abertura: 1º de dezembro de 2016
Com a realização da I Exposição Nacional de Arte Concreta, em dezembro de 1956, no Museu de Arte Moderna em São Paulo, poetas brasileiros, em sintonia com o poeta suíço-boliviano Eugen Gomringer, inauguraram o último grande movimento de vanguarda estética do século XX. Denominado poesia concreta por seus idealizadores, os irmãos Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari, o propósito do movimento era ampliar a ideia do que é poesia, retirá-la do âmbito exclusivamente literário e potencializar e integrar, nela, os aspectos físicos/concretos do palavras (verbivocovisual).
As reações na época foram polêmicas e apaixonadas. Dizia-se que a poesia concreta, ao afirmar o fim do ciclo histórico do verso, resultava numa arte decorativa e que transformava o processo de criação numa experiência fria e cerebral. Em diálogo com outras formas de expressão artística, como cinema, artes plásticas, música experimental, performance, arquitetura e design, a poesia concreta passou por várias transformações nas décadas seguintes – inclusive identificando-se por outros nomes como “poesia visual” ou “poesia intersemiótica” – e ampliou os horizontes do poema para além da página e do livro tradicional; estabeleceu diálogos com o espaço urbano e nele interveio utilizando recursos das novas tecnologias (computação gráfica, holografia), e conquistou interlocutores em todo o mundo.
As ideias lançadas pelo movimento de poesia concreta há 60 anos e apresentadas nesta exposição continuam vivas, instigantes e estimulando outras experimentações com a linguagem poética, como o visitante poderá constatar nos quatro núcleos expositivos. É muito interessante atentar para a potencialidade permanente dessa poesia num tempo como o nosso, marcado pela constante renovação de recursos tecnológicos e com horizontes mais amplos.
20h: POCKET SHOW MÚSICA PARA POESIA CONCRETA
Com: Cid Campos e Felipe Ávila
Cid Campos, juntamente com o guitarrista Felipe Ávila, apresentará algumas de suas composições feitas para poemas de Haroldo e Augusto de Campos, Décio Pignatari, Ronaldo Azeredo e José Lino Grünewald, entre elas: Crisantempo, Sem saída, Life, Apertar o cinto e A água.
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