segunda-feira, 7 de novembro de 2016

ENEM 2016


Há tempos não escrevia uma redação, e o meu foco na prova do ENEM de domingo (06) foi este. Achei que o tema seria sobre a questão das imigrações e dos casos de xenofobia, principalmente por causa dos últimos acontecimentos no Oriente Médio. No entanto, o tema proposto também foi muito interessante. Além dos meus conhecimentos e dos textos de suporte, assistir às palestras do Leandro Karnal, do Mário Sérgio Cortella e do Clóvis de Barros Filho, foi de grande importância, pois ampliaram os meus argumentos, principalmente nos campos da Filosofia e da História. Foi engraçado porque, enquanto estava desenvolvendo o texto, quase esqueci que ainda tinha a conclusão, que acabou ficando um pouco superficial por causa do espaço. Mesmo terminando, fiquei pensando em coisas tipo: “poderia ter falado sobre isso”, “deveria ter levantado tal questão”, “esqueci de tal assunto”. Enfim, com a letra cada vez menor, acho que fiz uma boa redação:

No decorrer da história, a cultura da população brasileira também se construiu com a incorporação de diversos costumes e crenças advindos de povos de outros lugares do mundo. Este fator contribuiu para a coexistência de uma pluralidade de grupos que seguem e aceitam determinadas doutrinas e ideias acerca do mundo em que estão inseridos.

A palavra religião é oriunda da palavra latina “religare”, que exprime a ideia de ligação com algo em que se acredita. Logo, como as questões perante o universo são muito vastas, os diversos povos começaram a questionar e idealizar explicações sobre a origem do mundo e das forças que o rege, e de que forma eles estão ligados a isto.

No Brasil, a parcela de pessoas católicas e evangélicas são a maioria nesta divisão. No entanto, cresce o número de ateus e agnósticos, que se tornaram céticos em relação às ideias religiosas vigentes; assim como também tem aumentado o número de pessoas ligadas às religiões afro-brasileiras, que buscam uma forma de estarem ligadas à sua ancestralidade.

Estes fatos, por sua vez, têm gerado muitos conflitos na sociedade como um todo, pois, muitas vezes, alguns grupos querem impor suas ideias de forma autoritária e não admitem que outras religiões preguem suas ideias, ou que céticos as refutem, o que, em alguns casos, podem acarretar em confrontos. Segundo estatísticas, as pessoas que mais sofrem com isto são as de religiões afro-brasileiras.

Como forma de proteger os cidadãos de atos relacionados à intolerância religiosa, a Constituição e o Código Penal abordam os direitos e deveres dos cidadãos para que haja o máximo de harmonia possível nas relações, o que muitas vezes não ocorre, e ainda é caracterizado como aceitável sob o véu da liberdade de expressão.

Em suma, vista esta riqueza cultural que o Brasil apresenta, para que haja plenitude nas relações entre pessoas de diferentes religiões é imprescindível a laicidade nas decisões do Estado, para que nenhum grupo seja privilegiado. Além disso, é necessário que temas ligados à ética, história e religião sejam abordados no processo de educação das crianças e jovens, para que, assim, elas desenvolvam uma consciência em que predomine o anseio pelo bem-estar do coletivo.

[Atualização: Esse texto me rendeu uma nota 880.]


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Questão sobre Hamlet na prova do dia 1.

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