quinta-feira, 30 de abril de 2015

LITERATURA E SARAUS DA PERIFERIA TERÃO PROGRAMAÇÃO INTENSIFICADA NA VIRADA CULTURAL 2015

Prefeito participou da terceira roda de conversa de alunos da rede municipal com o escritor Milton Hatoum. Atividade faz parte do ciclo literário do Circuito SP de Cultura

17:44 16/04/2015
De Secretaria Executiva de Comunicação

A literatura terá sua programação intensificada na edição deste ano da Virada Cultural, que acontecerá entre às 18 horas do dia 20 de junho até às 18 horas de 21 de junho, em especial, com maior protagonismo para os saraus da periferia paulistana. Os poetas e escritores dos bairros mais carentes terão não só mais espaços para se apresentarem, mas também serão trazidos para apresentações na região central, não se restringindo a atividades locais. Autores importantes e grandes obras também terão destaque dentro da programação.

O anúncio foi feito secretário municipal da Cultural, Nabil Bounduki, que participou nesta quinta-feira (16), junto com o prefeito Fernando Haddad, da terceira roda de conversa de alunos da rede municipal com o escritor Milton Hatoum, no Centro Cultural da Juventude (CCJ), na zona norte. A atividade faz parte do ciclo literário do Circuito São Paulo de Cultura, que levará até julho, mais de 500 atrações para 40 pontos diferentes da cidade.

“Com a ênfase que terá a literatura, será a primeira vez. Isso é importante para que as pessoas com as mais diferentes preferências de linguagem artísticas participem da Virada e também, dará visibilidade para aquilo que já é feito, como os saraus da periferia, que vão estar no centro. Isso garante um espaço de experiência e trocas entre regiões”, afirmou Bounduki.

Ainda não está definido será haverá palcos ou locais específicos ou se as intervenções literárias acontecerão durante grandes shows musicais e espetáculos de outras linguagens. Mas, para o prefeito, a ampliação do acesso à cultura, tanto com a Virada quanto o Circuito São Paulo de Cultura, é significativa. “A ideia da cultura é esse de fugir do quadradinho da educação formal em um sentido estrito e ampliar os horizontes das pessoas. Educação é algo muito mais amplo que aquela disciplina que se aprende na escola. Aqui também é escola e também é aprendizado”, disse Haddad.

De acordo com Bounduki, a ideia é também ter a formação de saraus nas bibliotecas municipais. “Apesar das dificuldades orçamentárias, vamos garantir a condição de nas bibliotecas municipais ter o desenvolvimento de saraus, que é uma atividade de literatura produzida pelos autores e poetas que estão em várias periferias da nossa cidade e hoje, tem repercussão internacional”, afirmou o secretário.

Dentro do ciclo literário do Circuito São Paulo de Cultura, Hatoum já participou de atividades no Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes, na zona leste, e também no Campo Limpo, na zona sul. O escritor amazonense e professor é autor de livros como “Relato de um certo oriente”, “Dois irmãos” e “Cinzas do Norte”.

Nos encontros, ele faz a leitura e discute os textos que compõem a publicação “Sete crônicas”, formada por relatos de Hatoum cedidos para a Secretaria Municipal de Cultura. A publicação está sendo distribuída em equipamentos culturais e eventos do circuito. “São textos sobre fatos que aconteceram comigo, alguns engraçados, como quando recebi o Prêmio Baiacu por um trabalho, que rendeu o texto Meu Gato e os Búlgaros”, disse Hatoum.

“Indico aos jovens guardarem o nome do Milton e guardarem na memória essa conversa com ele. Alguns vão perceber imediatamente essa experiência e outros vão perceber só daqui algum tempo. Alguns, já na fase adulta, vão ter contato com a literatura, obras do Milton Hatoum e dizer que já tiveram a oportunidade de conversar com esse escritor”, afirmou Haddad.

Também participou da roda de conversa o secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, o adjunto da pasta, Rogério Sottili e o subprefeito da Casa Verde, Luiz Fernando Queimadelos Gomez.







Crédito: Fernando Pereira/Secom

EVENTO: SARAU OLHARES DEVASSOS @ LANCHONETE PAMPLONA - 08/05/15

Lançamento do meu livro (PROTESTIZANDO - BIÊNIO POÉTICO) e das camisetas com poemas de Victor Rodrigues e Ni Brisant pela grife poética Poeme-se.

POESIA 288 @ EMEF OLEGÁRIO MARIANO - 29/04/15

PROJETO - POESIA 288 do meu mano Michel Nascimento e alguns (ex-)integrantes do grupo Semblantes apresentado para as 4ª etapas A e B da EJA.

Neste bate-papo falamos sobre poesia, questões sociais, existenciais e brisamos nos poemas concretos e visuais que levei.

Perfil da escola: https://www.facebook.com/radioolemix
Página da escola: https://www.facebook.com/emefolegariomariano








terça-feira, 28 de abril de 2015

segunda-feira, 27 de abril de 2015

quinta-feira, 23 de abril de 2015

SARAU DO GRAJAÚ: “MELHORAMOS NOSSA POESIA E A POESIA MELHORA A GENTE”

O sarau acontece mensalmente no bar do Havaí, um time de futebol de várzea 
com mais de 30 anos de tradição (Foto: Divulgação/ Sarau do Grajaú)

Por Thiago Borges

Em seus 47 anos de vida, Daniel Alexandrino já morou em 12 endereços diferentes mas fincou raízes no Grajaú, onde está há apenas cinco anos.

“A diferença está no momento de vida em que vim para o Grajaú, com muita carência de tudo”, observa ele, que se mudou para um barraco emprestado por um amigo na região após quase ser despejado de uma kitnet no centro, onde morava. “Aqui, as coisas começaram a acontecer”.

Com a intenção de ficar o tempo necessário para se reerguer, Daniel se surpreendeu com a boa recepção e as amizades que construiu. “O Grajaú é altamente poético, tem sua sensualidade”, conta.

Inebriado por essa “poesia territorial”, desde janeiro de 2014 Daniel Alexandrino e sua companheira, Edilene Santos, organizam o Sarau do Grajaú.

É sobre esse trabalho que vamos falar em mais uma reportagem do “Cultura ao Extremo”, projeto realizado com apoio do programa Agente Comunitário de Cultura da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo que tem o objetivo de mapear e visibilizar as manifestações culturais no Extremo Sul da cidade.

Daniel Alexandrino nasceu no bairro da Pedreira, zona Sul de São Paulo, e participou de um grupo de teatro durante 14 anos. Se afastou dos palcos, assumiu outras responsabilidades na vida e começou a trabalhar como cinegrafista.

“A vida toma outros rumos, a gente se casa, tem filhos, mas continua com vontade de fazer essas coisas, né?”, diz ele.

Frequentadores da Cooperifa e ajudantes na organização do Sarau da Ademar, Daniel e Edilene queriam fortalecer a cena cultural no bairro que os acolheu.

“A gente já conversava muito com outros poetas, artistas, mas queria conversar também com a população [que não tava tão envolvida nessas ações]”, lembra Daniel.

Durante uma cervejada no bar do Hawaí F.C., um time de futebol de várzea da região com mais de 30 anos de tradição, Daniel fez uma proposta à dona Nilde, proprietária do estabelecimento.

“Disse que queria fazer um sarau ali, e ela abriu um sorriso e perguntou: ‘o que é sarau?’. Pronto, era ali que tinha que acontecer”.

Em meio a boleiros, partidas de dominó e gente cambaleante mas interessada na poesia, em janeiro de 2014 aconteceu o primeiro Sarau do Grajaú com ajuda dos poetas Isaías e Juninho. Hoje, os artistas Daniel Brito, Victor Hugo Santos e os integrantes do grupo OsRetirante completam o grupo.

“Parece que, ao usar ‘Grajaú’ no nome, conseguimos compilar toda a efervescência cultural”, diz Daniel Alexandrino.

De escritores antigos a novatos que descobriram sua veia artística, o encontro que acontece todo último sábado de cada mês abre espaço para fãs interessados em declamar Roberto Carlos a artistas que recitam versos para a mulher amada.

“A gente não tem objetivo de mudar o mundo com o sarau, mas acredito que o sarau tem o poder de mudar a geografia das coisas e fazer uma intervenção na vida das pessoas”, completa.

O primeiro sarau foi feito com microfones emprestados pelo grupo de rap Expresso Perifa e equipamentos de som trazidos do Sarau da Ademar.

Mesmo sem apoio do poder público, o coletivo quer ampliar o projeto com exibição de filmes, realização de debates e estudos, mas esbarra na falta de pessoas para ajudar a organização.

Auto-declarados como um movimento literário de esquerda, Daniel e os companheiros querem politizar e ampliar o acesso do público à informação, à história do bairro e da própria vida para interferir no cotidiano da cidade e do País.

“É importante lembrar que o objetivo do sarau é exercitar a beleza das pessoas. Não vamos matar a fome ou dar casa a ninguém, mas fazer com que olhem uns para dentro dos outros”, ressalta Daniel. “Vamos melhorando nossa poesia e a poesia vai melhorando a gente”.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

RAZÃO E SENSIBILIDADE - GASTÃO DEBREIX

Livro do artista plástico e poeta visual Gastão Debreix, com textos de Omar Khouri, Janira Fainer Bastos, Luciano Bitencourt e Oscar D'Ambrosio.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

COBERTURA HYPENESS: ACOMPANHAMOS UM GRUPO DE CORTEJO DURANTE ATO POÉTICO NO GRAJAÚ

Intervenção poética na qual participei com os Coletivos Sobrenome Liberdade e PI.

* * *

“Revolta! Revolta! Rê, volta, que eu estou com saudades. Te amo“. Foi assim que começou uma tarde de domingo nas ruas do Grajaú, em São Paulo, com um grupo que ecoava poesia para quem quisesse ouvir.  E eles foram ouvidos, porque as pessoas ao redor estavam curiosas para saber o que tinha por vir e, quem sabe, ouvir palavras bonitas numa hora tão inesperada do dia, à espera de um ônibus.

O coletivo envolvido no cortejo em questão era o Sobrenome Liberdade, que atua no Bar Relicário, no bairro Jordanópolis, como movimento cultural, declamando poemas próprios e de autores famosos no sarau, que acontece sempre na primeira quinta-feira do mês. A ação foi feita em conjunto com o Coletivo Pi, formado por três garotas que realizam performances e intervenções urbanas pela cidade, atualmente com um sarau na Casa das Rosas. “Começamos a trabalhar na vertente de como aproximar a poesia da performance urbana“, explicou Priscilla Toscano, do Coletivo Pi.

Juntos, eles se envolveram num pano azul, chamado de Lagarta Azul, para elaborar uma performance no formato de teia, onde cada um, a hora que bem entendesse, declamava poesia a fim de despertar sensações, sentimentos, reflexões, aumentar o poder do pensamento ou, simplesmente, arrancar um sorriso, como foi o nosso caso ao ouvir a primeira citação deste post. “A junção com o Sobrenome Liberdade é muito positiva, pois os trabalhos se unem, pensando o cruzamento entre a poesia e a imagem/ação para transformar a cidade”, contou Pâmella Cruz, do Coletivo Pi.

Para Michele Santos, integrante do Sobrenome Liberdade, que ainda conta com Mano Ril e Eduardo Dias, a experiência de troca tem agregado valor aos grupos envolvidos. “A gente que é da cena dos saraus entende que o corpo fala, mas acaba usando essa ‘linguagem’ de uma forma meio instintiva, já que o trabalho com a palavra é o que sobressai. Com as oficinas realizadas com o PI, temos nos propor a ‘ouvir’ nosso corpo físico”.

A ideia central de tudo isso partiu de um pressuposto simples: transformar a cidade. Com o projeto “Transform Your City“, a vodca Absolut visa propagar o uso dos espaços públicos propondo a ocupação urbana como agente transformador na metrópole.

O projeto envolve quatro zonas da cidade (Norte, Sul, Leste e Oeste) por meio de movimentos culturais de cada região. A proposta é unir coletivos, artistas, músicos, dançarinos e poetas para que interajam entre si e, posteriormente, interajam com a sociedade, trazendo novas formas de mudar o nosso cotidiano através da ocupação urbana, inspirando a construção de uma cidade sem barreiras culturais.

Fotos por I Hate Flash | Ariel Martini