quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

EMPODERAMENTO DA MULHER DO SÉCULO 21 NA ÁREA DE TI

A baixa participação feminina no campo da TI é algo perceptível, antes mesmo da inserção no mercado de trabalho, já nas salas de aula das universidades, vemos pouca representatividade se comparada a masculina, em cursos relacionados a engenharia e computação.

Seria fácil dizer que o único motivo dessa ausência se encontra lá atrás, ainda na infância, quando meninos são estimulados a desenvolverem seu raciocínio lógico e matemático com Legos e demais jogos educativos, enquanto as garotas são encorajadas a florescerem suas habilidades maternas, sendo rodeadas por bonecas e jogos de panelinhas desde muito cedo.

Segundo dados de um estudo realizado pela Microsoft em parceria com a Sociedade Brasileira de Computação (SBC), desde 1980 o interesse de mulheres por cursos da área da computação vem decaindo a cada ano. Uma das razões apontadas dessa queda é o receio da mulher de não dar conta de conciliar a maternidade e a profissão, além do “pré-conceito”, ao ver um ambiente de trabalho formado em sua maioria por homens, que pode se tornar um tanto quanto intimidador. Claro, de maneira implícita.image

Existem várias personalidades no mundo de TI, como Roberta Williams, fundadora do On-line Systems (mais tarde Sierra), uma das maiores empresas na indústria de jogos eletrônicos, Tara Chklovski, fundadora e CEO da Iridescent, destacada pela Forbes pela capacitação de meninas para a tecnologia do futuro, ou ainda Ginni Rometty, presidente e CEO da IBM, também indicada como uma das ''50 mulheres mais poderosas dos negócios'' pela revista Fortune. Mas infelizmente, Williams, Chklovski e Rometty são exceções. É nítido que o número de mulheres que ocupam posições de liderança nas grandes companhias é bastante inferior ao número de homens.

Mas nem tudo são más notícias. Apesar do baixo interesse feminino em cursos superiores voltados para a área da tecnologia, as mulheres estão cada vez mais conquistando seu espaço nas grandes empresas, se mostrando essenciais e sendo acolhidas profissionalmente mesmo desempenhando vários papéis (as vezes todos ao mesmo tempo). Além de profissionais, hoje elas são filhas, esposas e mães. E tudo bem.

As empresas também estão cada vez mais oferecendo facilidades que ajudam a mulher a se manter no mundo de TI, como flexibilidade de horário, mais tempo de licença maternidade, mas principalmente, programas de recursos humanos que incentivam e apoiam o desenvolvimento de carreira técnica para mulheres.

Por isso, limitar o campo de estudo reforçando o estereótipo do homem geek como sendo o único tipo de profissional qualificado para trabalhar com computação é bobagem. E quem tem a perder com isso, é a tecnologia.

A mulher do século XXI é aquela que aprendeu a fazer uso do “jogo de cintura” feminino ao lidar com o cliente, e ao mesmo tempo, possui alta capacitação técnica e facilidade de adaptação, que prova que a mulher é uma colaboradora essencial no processo de desenvolvimento de um novo software ou até mesmo um novo hardware.

Empoderar a mulher no mercado de trabalho da TI é o primeiro passo para quebrar a resistência de uma ideia ultrapassada e ilógica de que restringir mulheres às áreas de comunicação, educação ou saúde, como único tipo de ocupação para elas, faz parte da ordem natural dos negócios. Lembrando que empoderar, nada tem a ver com feminismo. Empoderamento feminino é a consciência coletiva, expressada por ações para fortalecer as mulheres e desenvolver a equidade de gênero

Falando em mulher empoderada, que tal uma olhada no filme ''Hidden Figures'' (Estrelas além do tempo)? Na trama, as personagens Katherine, Dorothy e Mary precisam se reinventar dia após dia para provar competência na NASA e vencer o preconceito que enfrentam por serem negras e mulheres. Em pleno contexto da ''corrida espacial'', um dos eventos mais marcantes da Guerra Fria, travada pela União Soviética e os EUA na década de 60, essas mulheres lutam pela participação e reconhecimento no campo da ciência.

Assim como em ''Hidden Figures'', podemos enxergar todos os dias diversas Katherine's, Dorothy's e Mary's pelos corredores. Capacitadas, confiantes e desafiando as estatísticas. Elas estão chegando, estão se destacando e estão com tudo. #WeCanDoIt.

Para saber mais:

http://fortune.com/most-powerful-women/
http://exame.abril.com.br/carreira/as-13-melhores-companhias-para-mulheres-em-tecnologia/
https://www.ibm.com/blogs/robertoa/2017/02/como-estrelas-alem-do-tempo-destaca-desafios-ainda-em-voga-para-mulheres-na-ciencia-e-na-tecnologia/

Camila Godoy Brunoc. Com 3 anos de experiência em tecnologia de informação, cursando Jornalismo na PUC – Campinas. O Mini Paper Series é uma publicação quinzenal do TLC-BR e para assinar e receber eletronicamente as futuras edições, envie um e-mail para tlcbr@br.ibm.com.


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