segunda-feira, 12 de junho de 2017

PROGRAMAÇÃO É O NOVO INGLÊS

Eu só aprendi a programar mesmo no período em que estive na FATEC. Mas, desde criança, me considero um hacker, no sentido real da palavra, ou seja, que deseja aprender como as coisas funcionam. Para isso, eu desmontava meus brinquedos e criava novos, principalmente aqueles com partes eletrônicas.

Aprendi a mexer no computador num curso que fiz no Telecentro, e, logo depois, minha mãe, com muito esforço, me matriculou para um curso de operador de microcomputador na (extinta) Data Byte.

Quando ganhei meu primeiro computador já comecei a fuçar em tudo, customizei ele, consertei e tudo mais.

Acho muito importante o aprendizado deste tipo de coisa, pois podemos ter um Alan Turing latente em nós.

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Por Ana Maria Diniz
23 Fevereiro 2017 | 10h03

Saber programar passa a ser fundamental daqui para a frente e, por isso, toda criança, matriculada em escola pública ou privada no Brasil, deveria ter o direito de aprender a linguagem dos computadores

“Não apenas compre um novo videogame, desenvolva um. Não apenas faça o download de um aplicativo, ajude a desenvolvê-lo. Não apenas jogue no seu celular, programe”, disse o ex-presidente americano Barack Obama em 2013, num vídeo em que convocava todos os americanos, especialmente as crianças e os jovens, a aprender programação. “Saber programar um computador hoje é tão básico quanto saber ler, escrever e fazer contas e deve ser ensinado em todas as escolas”, declarou Obama, em outra ocasião.


Atualmente, 40% das escolas americanas ensinam programação e a meta do governo é dobrar esse número nos próximos anos. No Reino Unido, desde 2014 todas as escolas são obrigadas a ensinar linguagem de computação para alunos a partir dos cinco anos. Estônia, Finlândia e Austrália também já incorporaram a disciplina no currículo. No Brasil, o letramento digital ganha cada vez mais espaço na grade curricular ou extracurricular das escolas, na maioria dos casos, particulares.

Mas saber programar passa a ser fundamental daqui para a frente e por isso toda criança, matriculada em escola pública ou privada no Brasil, deveria ter o direito de aprender a programar.

Programar nada mais é do que saber dizer a um computador o que ele deve fazer. Num mundo onde as fronteiras entre o que a máquina é capaz de fazer e como o homem pode interagir com ela para aprender mais, facilitar sua vida ou criar o seu futuro, esta capacidade se torna mandatória. Mais do que falar a língua das máquinas, saber programar é passar a usar uma nova lógica baseada na análise de padrões e, a partir deles, tirar conclusões precisas sobre as coisas.

A razão mais óbvia para se aprender a programar tem relação com o mercado de trabalho. O crescimento exponencial da tecnologia impacta diretamente a oferta de empregos nas áreas da ciência da computação, que só tende a aumentar – e quanto mais pessoas habilitadas para ocupar essas vagas, melhor. Num futuro muito próximo, o conhecimento básico de programação também será fundamental para praticamente todas as profissões, como economistas, médicos, jornalistas, entre outros.

Mas a questão não se resume a capacitar um contingente de pessoas para os empregos que estão por vir. Muito mais importante é disseminar e promover o pensamento computacional, um jeito de pensar diferente, não linear, que é fundamental na era de transformações exponenciais em que vivemos, por meio do ensino de programação.

Segundo Ali Partovi, um dos criadores do Code.org, movimento global em prol do ensino de programação nas escolas, todos devemos aprender a programar não só para mantermos os nossos emprego e não sermos substituído por robôs, mas para continuarmos conectados ao mundo e sermos capazes de lidar com sua enorme complexidade. Portanto, é por questão de sobrevivência que deveríamos aprender a programar.

No curto prazo, o contato com os códigos e algoritmos ajuda a desenvolver habilidades como resolução de problemas, criatividade, colaboração e capacidade de abstração nas crianças e jovens, essenciais nos dias de hoje. No longo prazo, os prepara para entender e para dominar as tecnologias e ferramentas que irão mudar tudo o que conhecemos nas próximas décadas.

A boa notícia é que existe uma série de jogos e ferramentas super interativas para as escolas adotarem no sentido de promover esse aprendizado. As crianças mais curiosas devem ser incentivadas a participar desses jogos em suas horas fora da escola e aprender programação brincando.

Eis alguns deles:

Scratch – A ferramenta desenvolvida pelo MIT Media Lab permite às crianças criarem animações e histórias por meio de blocos que imitam a estrutura dos códigos. É indicado para iniciantes.

Tynker – Indicado para o aprendizado de habilidades básicas relacionadas à programação, o Tynker possui jogos divertidos e intuitivos. Há uma seção para pais, com dicas para utilizar a ferramenta.

Swift Playgrounds – Criado pela Apple, oferece um plano completo de aprendizado (“learn to code”), ensinando os iniciantes desde o primeiro comando até os mais complexos.

Turtle Academy – Ensina as crianças a escreveram códigos por meio do movimento de uma tartaruga que se desloca ao redor da tela.

Osmo Coding – Por meio de blocos de madeira que correspondem a comandos de programação, o jogo faz com que as crianças ponham a mão na massa para entender a linguagem do computador

É hora de programar!

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