sábado, 19 de outubro de 2024

SOFTWARE ARCHITECTURE METRICS (CHRISTIAN CICERI ET AL.)

"Software Architecture Metrics" de Christian Ciceri et al. aborda a importância de medir e acompanhar métricas de arquitetura para garantir a evolução sustentável de sistemas complexos. O livro apresenta práticas e métricas que permitem avaliar a saúde e a eficácia da arquitetura de software ao longo do tempo. Dentre os principais aspectos abordados, podemos destacar:

1. Métricas como Guia de Evolução: As métricas ajudam a avaliar se a arquitetura está cumprindo os objetivos de negócios e permitindo a evolução contínua do sistema.

2. Métricas Estruturais: Avaliam a qualidade interna do software, como acoplamento, coesão e modularidade, garantindo que o código permaneça sustentável e de fácil manutenção.

3. Métricas de Manutenibilidade: Indicadores como tempo para corrigir bugs e complexidade técnica ajudam a monitorar a facilidade de manutenção e evitar a deterioração do sistema.

4. Métricas de Fluxo de Trabalho: Acompanham o impacto das decisões arquiteturais na produtividade da equipe, garantindo que a arquitetura não seja um gargalo para o desenvolvimento ágil.

5. Métricas de Experiência do Usuário: Foco na qualidade da experiência do cliente, medindo o desempenho e a disponibilidade para garantir que a arquitetura atenda às expectativas de usuários e negócios.

6. Feedback Contínuo: Destaca a importância de uma abordagem iterativa, onde as métricas são monitoradas continuamente para apoiar a tomada de decisão e a adaptação da arquitetura.

7. Trade-offs e Contexto: O livro reforça que não há métricas universais; as medições devem ser aplicadas de acordo com o contexto e os objetivos específicos da organização.


A VIDA FELIZ (SÊNECA)

O ensaio A Vida Feliz foi escrito por volta do ano 58 dC., destinado ao seu irmão mais velho, Gálio.

A principal coisa a entender sobre o texto é o próprio título: 'Feliz' aqui não tem a conotação moderna de se sentir bem, mas é o equivalente da palavra grega eudaimonia, que é melhor compreendida como uma vida digna de ser vivida, um estado de plenitude do ser. Para Sêneca e para os estoicos, a única vida que vale a pena ser vivida é aquela de retidão moral, o tipo de existência à qual olhamos no final e podemos dizer honestamente que não nos envergonhamos.

Logo no primeiro parágrafo Sêneca dá a linha da argumentação estoica: Não devemos ter a felicidade como objetivo: “não é fácil alcançar a felicidade já que quanto mais avidamente um homem se esforça para alcançá-la mais ele se afasta”. A solução é ter como objetivo a virtude. A felicidade será consequência.

Sêneca faz grande oposição ao epicurismo, corrente filosófica que valoriza o prazer como fonte de felicidade, como vemos no capítulo X: “Você se dedica aos prazeres, eu os controlo; você se entrega ao prazer, eu o uso; você pensa que é o bem maior, eu nem penso que seja bom: por prazer não faço nada, você faz tudo.” No XV, Sêneca explica por que não se pode simplesmente associar a virtude ao prazer. O problema é que, mais cedo ou mais tarde, o prazer o levará a territórios não virtuosos: “Você não oferece à virtude uma base sólida e imóvel se você a colocar sobre o que é instável”.

O livro fornece uma lista de regras pelas quais Sêneca está tentando viver. Vale a pena considerá-las na íntegra:

• Eu vou encarar a morte ou a vida a mesma expressão de semblante;

• Eu desprezarei as riquezas quando as tiver tanto quanto quando não as tiver;

• Verei todas as terras como se pertencessem a mim, e as minhas terras como se pertencessem a toda a humanidade;

• Seja o que for que eu possua, eu não vou acumulá-lo avidamente nem o desperdiçar de forma imprudente;

• Não farei nada por causa da opinião pública, mas tudo por causa da consciência;

• Ao comer e beber, meu objetivo é extinguir os desejos da natureza, não encher e esvaziar minha barriga;

• Eu serei agradável com meus amigos, gentil e suave com meus inimigos;

• Sempre que a Natureza exigir minha vida, ou a razão me pedir que a rejeite, vou desistir desta vida, chamando a todos para testemunhar que amei uma boa consciência e boas atividades;

A profundidade do pensamento, a vivacidade do estilo e os ricos exemplos que o filósofo apresenta para confirmar suas teses tornam a leitura de “A Vida Feliz” extremamente prazeirosa.